Aula sobre Tropicalismo, voltada para o 3º ano do Ensino Médio. Nela faz-se uma ponte entre a Antropofagia Oswasldiana, passando pela Concretismo, Bossa Nova, Tropicalismo até chegar a Arnaldo Antunes e Chico Scince.
2. Contexto Histórico
•A explosão da Era do Rádio, sobremodo através da poderosa rádio
Nacional, do Rio de Janeiro,
•O nascimento da tevê com a TV Tupi, de Assis Chateaubriand, em
São Paulo, no ano de 1950
•A criação da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, ainda em São
Paulo, no ano de 1949
•O triunfo da Bossa Nova, a partir de 1958, no Rio de Janeiro, sob a
batuta genial de Tom Jobim e com as decisivas participações de João
Gilberto, como intérprete, e a de Vinícius de Moraes, como letrista
das canções.
•A emergência do Cinema Novo - estética brasileira de
cinematografia, que buscava mostrar o país sob ângulo
realista, crítico e com formas inovadoras de filmagem e montagem
•A criação por jovens artistas e intelectuais, em sua maioria
estudantes, - durante o governo João Goulart - do CPC (Centro
Popular de Cultura) da U.N.E.
3. •A Guerra Fria – disputa entre as superpotências dos Estados
Unidos e da União Soviética – alimentava conflitos na América
Latina e no País.
•Em 1959, a Revolução Cubana transforma Fidel Castro e Che
Guevara em heróis internacionais e atiça a pressão do bloco
capitalista sobre os países do terceiro mundo
•o presidente João Goulart (Jango) propõe uma série de reformas
de base para atenuar o grave problema da desigualdade social e
as pressões políticas que vinha sofrendo dos movimentos de
esquerda
•formou-se um movimento da direita política e de parte da
sociedade, que preconizavam uma modernização conservadora
•Até 1968, intelectuais e movimentos de esquerda podiam agir
livremente, com pequenos problemas com a censura.
4. •greves operárias e as manifestações
estudantis
•repressão policial
•aumento das guerrilhas rural e urbana
•Em 13 de dezembro, Ato Institucional Nº 5
decretou o fim das liberdades civis e de
expressão
1968
5. Os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical
brasileiro. A música brasileira pós-Bossa Nova e a definição da
“qualidade musical” no País estavam cada vez mais dominadas
pelas posições tradicionais ou nacionalistas de movimentos ligados
à esquerda.
Contra essas tendências, o grupo baiano e seus colaboradores
procuram universalizar a linguagem da MPB, incorporando
elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a
guitarra elétrica.
o Tropicalismo renovou radicalmente a letra de música. Letristas e
poetas, Torquato Neto e Capinan compuseram com Gilberto Gil e
Caetano Veloso trabalhos cuja complexidade e qualidade foram
marcantes para diferentes gerações.
6. Sincrético e inovador, aberto e
incorporador, o Tropicalismo
misturou rock mais bossa
nova, mais samba, mais
rumba, mais bolero, mais baião.
Sua atuação quebrou as rígidas
barreiras que permaneciam no
País.
Pop x folclore. Alta cultura x cultura de massas. Tradição x
vanguarda. Essa ruptura estratégica aprofundou o contato com
formas populares ao mesmo tempo em que assumiu atitudes
experimentais para a época.
7. Irreverente, a Tropicália transformou os critérios de gosto
vigentes, não só quanto à música e à política, mas também à
moral e ao comportamento, ao corpo, ao sexo e ao vestuário.
A contracultura hippie foi assimilada, com a adoção da moda
dos cabelos longos encaracolados e das roupas
escandalosamente coloridas.
8. Ligação entre o Tropicalismo e a Literatura
Brasileira
“A atitude tropicalista de incorporar o nacional e o estrangeiro, o
erudito e o popular, e de tentar conciliar tradições diferentes, é
mantida pelos compositores baianos que fizeram a
tropicália, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé”.
Os diálogos com obras literárias como as de Oswald de Andrade
ou dos poetas concretistas elevaram algumas composições
tropicalistas ao status de poesia. Suas canções compunham um
quadro crítico e complexo do País – uma conjunção
do Brasil arcaico e suas tradições, do Brasil moderno
e sua cultura de massa e até de um Brasil futurista,
com astronautas e discos voadores.
10. Para os tropicalistas, entender a cultura de massas era tão
importante quanto entender as massas revolucionárias.