O documento fornece dicas para escalar métodos ágeis em grandes organizações usando o Scaled Agile Framework (SAFe). Ele discute brevemente 7 dicas principais: 1) Entender como a organização funciona atualmente, 2) Adotar uma visão econômica na gestão de portfólio, 3) Não tentar transformar executivos em ágeis overnight, 4) Compreender a autoridade de conteúdo, 5) Promover colaboração horizontal e vertical, 6) Empoderar times, 7) Considerar governança. O objetivo é ajud
1. Mini e-Book com uma breve compilação
de lições sobre o Scaled Agile
Framework para apoiar a adoção de
métodos ágeis em grandes organizações.
escalar AGILE
Manoel Pimentel
10 dicas para
usando SAFe
edição 1.1 - Ago/2015
2. Este mini e-book visa compartilhar algumas dicas para ajudar
profissionais que estejam dando seus primeiros passos no
desafio de escalar Agile. Não há uma ordem exata dentre
essas dicas. Algumas delas podem inclusive não fazer sentido
algum para seu contexto. O objetivo de produzir esse material
é compilar diferentes lições importantes que foram
aprendidas (muitas vezes duramente) no campo de batalha
de transição e experimentação de métodos ágeis dentro de
grandes organizações.
Boa leitura !
Manoel Pimentel Medeiros
Agile Coach - Adaptworks
Chairman of Agile Alliance Brazil
twitter.com/manoelp
Iniciando a jornada
3. É possível observar que em algumas empresas, Agile começa no âmbito de apenas um time e, de uma forma viral,
começa a invadir a empresa inteira. Nesse cenário, as pessoas se motivam, querem fazer aquilo acontecer e de forma
emergente avançam. Esses fatores, fazem com que no médio ou longo prazo, a própria cultura da empresa se torne
ágil.
No entanto, não é em todas empresas que isso acontece. Em muitas delas, Agile normalmente fica isolado em um
único time ou numa única área, e uma das principais razões para isso é a falta de apoio de outras áreas/times à
iniciativa de transição para Agile. Muitas empresas ainda possuem uma forte estrutura hierárquica que comanda a
empresa. Nelas, muitos dos projetos e produtos são bem grandes e com um número de dependências e distribuição
muitas vezes assustador. Se esse segundo cenário for seu caso, o SAFe pode lhe ser útil. Ele trabalhará como um
integrador que organiza várias ferramentas ágeis dentro de uma roupagem organizacional, o que cria um maior
envolvimento das outras áreas e níveis de sua organização, e facilita a transição para o Agile.
Se você se identificou com este segundo cenário, esse mini e-book irá lhe ajudar a entender melhor sobre as
implicações da escalabilidade de projetos ágeis em grandes organizações e sistemas, enxergando o SAFe como uma
opção útil para lhe ajudar nesse trabalho.
Alexandre Magno
Fundador da Adaptworks e primeiro CST Brasileiro
Head da HappyMelly Brazil
twitter.com/axmagno
Breves palavras
4. Entenda o jeito de ser ágil... da sua organização10
Tome uma visão econômica na gestão de portfolio12
Não tente transformar o C-level de sua empresa em agilistas14
Entenda a escala de autoridade de conteúdo da organização16
Colaboração, comunicação e comprometimento mutuamente
horizontal e vertical
18
Empoderar é preciso21
Governar é preciso23
Entregar valor com a regularidade de um trem26
Sincronizar a cadência de entregas entre os times29
Mapeamento de dependências e riscos entre diferentes times31
Índice
5. Ao longo dos anos, a filosofia ágil foi crescendo de maneira sólida no mundo inteiro e foi ganhando
destaque em todo o mercado de tecnologia da informação.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 05
6. O Scrum e todo seu ecossistema institucional teve um papel extremamente importante em todo esse
avanço e propagação de métodos ágeis...
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 06
7. Organização
Scrum (parte ágil)
Parte Não-Ágil
... mas o Scrum sozinho, para toda a complicação corporativa das grandes empresas, acaba sendo somente
parte da solução. Ou seja, faltam ainda outras ferramentas e abordagens para propagar os benefícios de
métodos ágeis a uma parte maior da organização.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 07
8. Organização
Área não Ágil
É por essa razão que precisamos expandir a nossa caixa de ferramentas. Para responder aos principais
anseios da organização será necessário combinar várias outras ferramentas e abordagens...
... é por essa razão que as empresas começaram a adotar o SAFe como base para adoção ágil.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 08
Combinação
de
Ferramentas
Ágeis
9. SAFe fornece um conjunto de práticas para ajudar grandes
organizações a responderem perguntas do tipo: Como rodar
ágil em contextos envolvendo vários times? Como sincronizar
o trabalho desses times? Como coordenar o resultado do
trabalho de times distribuídos geograficamente? Como
priorizar demandas em produtos robustos e dinâmicos? Como
escalar uma arquitetura ágil? Como tratar, de maneira ágil, os
riscos de um projeto complicado? Como ser ágil e estar em
conformidade com modelos de governança?
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 09
SAFe é um acrônimo para Scaled Agile Framework. É um modelo criado por Dean Leffingwell e mantido
pela Scaled Agile Academy . O SAFe é baseado em Scrum, XP (Extreme Programming), Lean e muita
experiência de campo para a implementação de práticas ágeis em grande escala. Ele reconhece o que
tipicamente tem funcionado bem no trabalho de times ágeis, na forma de fazer gestão de programa e na
maneira ágil tratar um portfólio de demandas organizacionais.
10. Entenda o jeito de ser ágil...
da sua organização
Entender o jeito de ser não significa apenas fazer uma reflexão
sobre os valores ou algum aspecto cultural da organização. Mas
sim, entender as restrições práticas que permeiam a empresa.
Por exemplo, pode ser que sua empresa tenha vários
departamentos diferentes, seja bastante segmentada, tenha
atividades em outros países, terceirize alguma parte da
operação ou então, faça parte de um ecossistema altamente
regulamentado (BACEN, TCU etc). Todos esses fatores
influenciarão fortemente a maneira como os métodos ágeis serão
absorvidos e vividos pela organização.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 10
#1
11. Para estimular esse entendimento do jeito de ser, o SAFe fornece uma estrutura que irá funcionar de forma
sinérgica com o nível estratégico, com o nível tático e também com nível operacional. Para melhor entender os
anseios de cada um desses níveis organizacionais, o SAFe fornece um conjunto de práticas para Portfolio, para
Programa e para Time.
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12. Tome uma visão econômica
na gestão de portfolio
Apoie suas decisões sobre o portfolio de produtos e sobre toda a
cadeia de desenvolvimento em critérios econômicos. Adotar
critérios econômicos não é algo trivial, pois envolve variáveis
como Lead Time, Custos e Despesas do Desenvolvimento, Geração
de Valor e também Risco.
Don Reinertsen, no livro Principles of Product Development
Flow, reforça que se você tiver que quantificar uma única coisa,
quantifique o Custo do Delay (CoD – Cost of Delay - Ver anexo O1).
Ou em outras palavras: Qual o custo ou prejuízo de sua organização
demorar ou atrasar determinado produto ao mercado?
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 12
#2
13. Orientar a maneira como a organização encapsula a relação de custeio/retorno de um
produto é vital para conseguir planejar e entregar as releases de acordo com esses critérios
econômicos.
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Is there a potential
penalty or other
negative impact if we
delay?
Opportunity
Time
Competitive
differentiation
The customer
prefer this over
that
Increase the
revenue
impact
14. Não tente transformar
o C-level de sua
empresa em agilistas
Existem alguns caminhos possíveis para se começar uma adoção
ágil. O SAFe trabalha com uma forma de tangibilizar os
benefícios de Agile à todo o pensamento estratégico da
organização. O SAFe busca criar um ambiente seguro para
romper as barreiras organizacionais e para gerar os ganhos em
escala. Isso acontece através de uma forte sensibilização da
abordagem ágil às necessidades e anseios das pessoas que estão
no topo das grandes corporações.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 14
#3
15. Observe que isso não significa que é obrigatório que essas
pessoas (normalmente executivos, diretores, C-level) se tornem
agilistas da noite para o dia. Na verdade, trata-se de buscar uma
forma em que a abordagem Ágil fale a mesma língua desse topo
das organizações.
Para falar essa mesma língua é necessário entender e alinhar
todos os potenciais ganhos, relacionados a métodos ágeis, a
questões como redução de custo, menor custo de delay, aumento
de qualidade, engajamento de colaboradores, redução de time-to-
market ou, por um melhor aproveitamento das janelas de
mercado.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 15
16. Entenda a escala de
autoridade de conteúdo da
organização
Para distribuir o desenvolvimento de produtos por
diferentes times, é necessário entender e integrar as
pessoas com base numa espécie de escala de autoridade
de conteúdo da organização. Cada empresa tem sua
própria escala de autoridade nos produtos. Por isso, o fator
mais importante a ser considerado é que provavelmente,
em grandes organizações, os entendimentos sobre
aspectos econômicos, funcionais, táticos e tecnológicos
estão distribuídos entre diferentes pessoas.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 16
#4
17. Escala de autoridade de conteúdo, não tem necessariamente ligação com hierarquia. Mas sim,
escalar a autoridade de conteúdo é uma forma de otimizar a comunicação e o entendimento sobre
diferentes níveis de um produto/projeto. Isso também facilita o processo de aprendizado por
camadas, ou seja, por iterações. A cada nova iteração, um aprofundamento maior do aprendizado do
conteúdo.
Portfolio
Programa
Time
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 17
18. Colaboração, comunicação e
comprometimento mutuamente
horizontal e vertical
Como derivação da escala de autoridade de conteúdo
e, por haver necessidade de integrar o trabalho de
diferentes times que estão trabalhando em diferentes
partes de um produto/projeto, é necessário criar uma
espécie de cola social através de eventos
(cerimônias). Essa cola social visa estimular a
colaboração de forma horizontal (por exemplo entre
pares) e de forma vertical (entre escala de autoridade
de conteúdo). Contudo, é preciso entender que a
colaboração horizontal não vive sem a colaboração
vertical (e vice-versa). Por isso, que é necessário
haver uma relação mútua entre esses 2 tipos de
colaborações.
TeamTeam
Product Owner Product Owner
Business Owner/
Team
Product Owner
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 18
#5
19. Programa
Time
Uma das formas de propagar esse tipo de comunicação e colaboração (tanto horizontal, quanto
vertical) é através de cerimônias de Scrum-of-Scrums.
Daily
Scrum
Team A
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Daily
Scrum
Scrum-of-
Scrums
Scrum-of-
Scrums
Team A
Team A
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20. Mas além do Scrum-of-Scrums, a organização pode se beneficiar bastante através da criação de comunidades
de práticas. Uma comunidade de prática reúne de maneira emergente, pessoas com interesses comuns por
disciplinas importantes do desenvolvimento de software (ex: Arquitetura, Qualidade, Testes etc)
Team
Team
Team
Team
Comunidade
de Prática
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 20
21. Empoderar é preciso
Em função da complexidade inerente ao trabalho de
desenvolvimento de software, surpresas acontecerão
ao logo do caminho. Para isso, é importante reconhecer
que uma organização não conseguirá prever todas as
variações de problemas e soluções do seu dia-a-dia.
Portanto, visando ter uma maior fluidez, é importante
distribuir a inteligência de decisão por toda a cadeia de
valor. A essa distribuição da inteligência de decisão
podemos chamar de empoderamento. Esse
empoderamento é necessário a todo o ciclo de
produtização de uma empresa. Dessa forma, entende-
se que os times, por estarem em contato direto com os
problemas diários da atividade de desenvolvimento do
produto, podem tomar mais rapidamente decisões
assertivas (ou seja, fazer a micro gestão do trabalho).
TeamTeam
Product Owner Product Owner
Business Owner/Product
Manager Macro
Gestão
Micro
Gestão
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 21
#6
22. Empoderar não significa que tudo na organização será decidido por todo mundo. Usando os critérios de
tempo e impacto, podemos entender que algumas decisões precisam ser feitas de forma centralizada e
para outras decisões, é saudável que sejam feitas de uma maneira mais distribuída.
CRITÉRIOS:
#maior tempo para decidir
#impacto global
CRITÉRIOS:
# Precisam ser tomadas de forma imediata
#impacto local
Decisões
+ Centralizadas
Decisões
+ Distribuídas
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 22
23. Governar é preciso
Normalmente grandes organizações possuem capital aberto, ou
precisam seguir restrições de algum órgão regulamentador
(BACEN, TCU etc). Por essa razão, nessas empresas de grande
porte, é praticamente impossível adotar ágil sem levar em
consideração uma forma de conversar com algum modelo de
governança utilizado pela organização.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 23
#7
24. O SAFe entende que governança é um assunto crítico, por isso, ele trata esse
assunto como uma das responsabilidades primárias da gestão de portfolio e de
programa. Essa responsabilidade primária está presente em todos os níveis do
framework.
Governance
Strategy
&
Investment
Funding
Program
Managment
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 24
25. Isso significa dizer que é possível extrair diferentes tipos de métricas de acordo com o nível do
framework. Dessa forma é possível trabalhar desde alguma informação de Balanced Scorecard (ao
nível de Portfolio), passando por informações como time-to-marketing, saúde de parceria, satisfação
de clientes, features concluídas (ao nível de programa) e, chegando a dados sobre cobertura do testes,
velocidade, pontos (ao nível de time). Essas são apenas uma das possíveis métricas que sua
organização pode precisar para adotar Agile em larga escala.
Portfolio
Programa
Time
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 25
26. Entregar valor com a
regularidade de um trem
Para fazer a integração entre os três níveis - Portfolio, Programa e Time - o
SAFe trabalha com um elemento chamado ART. Esse termo é um acrônimo
para Agile Release Train. Essa é a forma do SAFe organizar a entrega de um
épico de negócio (grande assunto ao nível de Portfólio) dentro de um conjunto
cadenciado e sincronizado de várias ações envolvendo diferentes times.
Esse conceito é fortemente baseado na metáfora de um trem (train, em inglês).
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 26
#8
27. Um trem parte de uma estação e chega na próxima estação com um confiável
agendamento.
Nesse caso, em termos práticos, teremos uma cadência fixa de entregas dos objetivos de
negócio. Essa cadência fixa, em grandes empresas, pode acontecer em tempo de release, não
necessariamente em tempo de Sprints. Isso significa que um ART pode ser composto pelo
resultado integrado de várias sprints e de vários times diferentes. Essa é a ideia do trem.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 27
28. Dependendo do tamanho do produto/projeto, é possível existir vários ARTs para o
mesmo tema (produto) de investimento.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 28
29. Sincronizar a cadência de
entregas entre os times
Ao trabalhar com o resultando do trabalho
de vários times, é importante promover que
todas as sprints desses times tenham o
mesmo tamanho e o mesmo início e fim.
Isso fará com que o resultado do trabalho de
cada time seja sincronizado.
Através dessa sincronização das entregas
de cada time, o resultado de um ART (Agile
Release Train) será também mais
cadenciado.
Team
Sprint
Sprint
Sprint Sprint
Sprint Sprint
Team
Sprint
Team
Sprint
Team
Sprint Sprint Sprint
Team
Sprint Sprint Sprint
Team
Sprint Sprint Sprint
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 29
#9
30. Essa sincronização é importante para o trabalho coletivo gerado pelo ART (Agile
Release Train). Essa sincronização suportará a cadência de entrega necessária para
os objetivos estratégicos da organização.
Team
Sprint Sprint Sprint
Team
Sprint Sprint Sprint
Team
Sprint Sprint Sprint
Release
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 30
31. Mapeamento de
dependências e riscos entre
diferentes times.
Por envolver vários times, será natural que
existam dependências entre os mesmos.
E s s a s d e p e n d ê n c i a s , o b v i a m e n t e ,
representam riscos que terão grande impacto
no planejamento e acompanhamento de uma
release.
Team
Sprint Sprint Sprint
Team
Sprint Sprint Sprint
Team
Sprint Sprint Sprint
Team
Sprint Sprint Sprint
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 31
#10
32. Uma das formas de mapear e gerenciar essas dependências e riscos é usando um BVIR (Big Visible Information
Radiator). Nessa ferramenta visual, todos poderão ter acesso, com facilidade, aos riscos e dependências para
entregar uma release que envolva o trabalho escalado em vários times.
Team A
Team B
Team C
Team D
Sprint 1 Sprint 2 Sprint 3 Sprint 4
Release
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 32
33. Dica Bônus:
Comece pelo motivo
O primeiro e fundamental passo para toda e qualquer iniciativa de
adoção de métodos ágeis é começar pelo entendimento sobre: “Por
qual motivo queremos ser ágeis?”. Isso parece algo bobo, mais
muitas pessoas se esquecem de refletir sobre isso.
Quanto maior a empresa, é comum encontrar um forte
desalinhamento sobre essa resposta. Cada pessoa envolvida no
processo de adoção vai ter sua própria versão diferente de qual razão
está motivando a organização a seguir para métodos ágeis.
Portanto, a dica básica que sempre devemos ter em mente é a
seguinte: É vital alinharmos os entendimentos sobre o motivo de
usarmos (ou não) métodos ágeis em nossa organização. Uma vez
respondida essa pergunta, até o trabalho de escalar a adoção Agile
vai ser mais efetivo.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 33
##
34. Por uma visão corporativa, tipicamente existem 4 fatores que podemos usar como pontos de
alavancagem para esse alinhamento da razão por trás da adoção de métodos ágeis. Métodos
ágeis, de maneira geral, possuem uma grande habilidade em ajudar organizações de diferentes
portes a aproveitar alguma oportunidade de mercado, reduzir riscos, melhorar a qualidade
(ver Anexo 02) e potencializar o engajamento de colaboradores, fornecedores e clientes.
Tenha em mente esses 4 pontos e desenvolva uma forma de sensibilizar a organização nesses
elementos.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 34
38. O SAFe reconhece que um dos fatores
críticos para escalar Agile, de forma
satisfatória, é a qualidade dos códigos
produzidos e consumidos pelos times.
Por essa razão, o SAFe estimula bastante
a adoção de práticas oriundas do XP
(Extreme Programming) como
Arquitetura Ágil, Integração Contínua
e a cultura de TDD (Teste Driven
Development). Também podem ser
muito úteis, práticas como Refatoração,
Trabalho em Pares e Código Coletivo.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel
Desenhado por: twitter.com/jreisstudio
40. Epic - É o mais alto nível de expressão de uma necessidade/problema. Do ponto
de vista de tamanho, um épico pode necessitar de mais de uma release para ser
finalizado.
Features - São os serviços ou características fornecidos pelo
sistema que preencham necessidades dos stakeholders.
User Stories - Representa uma ação ou um conjunto muito específico
de ações em um funcionalidade narradas e executadas pelo ponto de
vista do usuário.
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel
Theme - Representa um conjunto de iniciativas que orientam os
investimentos em sistemas, produtos e aplicações que promovem
uma nova capacidade para a organização.
Conceitos
Why?
Where?
What?
How?
43. 10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel
Um dos pontos fortes do SAFe, é o histórico de adoção que está sendo construindo em
diferentes grandes empresas ao redor do mundo. Para conhecer mais afundo esses cases,
visite o site: www.scaledagileframework.com/case-studies e veja vídeos, apresentações, e
artigos explicando como essas empresas estão conseguindo escalar Agile com a ajuda do SAFe.
44. Costumo usar a seguinte metáfora sobre o SAFe: imagine uma pessoa solteira por opção, que acredita que é uma
péssima decisão casar e ter filhos. Imagine essa pessoa tentando aconselhar as ações e decisões de um casal com 4
filhos e que está tendo todos aqueles desafios típicos de uma grande família. Nesse cenário é fácil visualizar o solteiro
emanando críticas, que no fundo, vão na linha de “vocês estão errados! Vocês deveriam era ter adotado a filosofia de
não de ter filhos! É melhor para a sociedade etc.”.
O que você acha de uma abordagem como essa? Você há de concordar comigo que é, no mínimo, nada produtiva uma
eventual discussão entre o solteiro e esse casal. Baseados nessa metáfora, vamos analisar uma situação do mundo
corporativo. Tomando como referência uma empresa grande (casal com vários filhos) e um time de
desenvolvimento de software (solteiro), seria igualmente pouco produtivo tentar ajudar a empresa grande, apenas
com as ferramentas voltadas ao dia-a-dia do time e/ou do desenvolvimento de um produto. O ponto central da
incongruência não é que uma empresa é mais importante ou mais complexa que um time, mas sim, os problemas de
ser ágil em uma empresa grande, são diferentes (não melhores) de ser ágil em apenas um time.
Bom, o SAFe traz essa carga de experiência de grandes famílias para grandes famílias. Esse mini e-Book sintetizou
algumas breves dicas para facilitar o entendimento sobre o SAFe. Mas principalmente esse material sintetizou várias
experiências de ajudar famílias grandes, com problemas de família grande a encontrarem seu caminho de adoção dos
métodos ágeis.
Obrigado e até a próxima!
10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 35
Uma breve conclusão
46. 10 dicas para escalar Agile usando SAFe - Manoel Pimentel 37
Referências
- Leffingwell, Dean - Scaling Software Agility - : Best Practices for
Large Enterprises
- Big Picture do Scaled Agile Framework - scaledagileframework.com
- Appelo, Jurgen - Management 3.0 - Leading Agile Developers,
Developing Agile Leaders
47. É Agile Coach/Trainer na Adaptworks Treinamentos e Presidente da
Agile Alliance Brazil. Trabalha há mais de 18 anos na área de TI, onde
possui uma profunda experiência em ajudar, como coach ou trainner, a
transição/experimentação Ágil (Scrum, XP, FDD, Lean, SAFe) em
grandes e complexas organizações (por exemplo: Sicoob, Bancoob,
Stefanini, Oi, GVT, XP, Petrobras, ITA, Itaú, Localiza).
Manoel é um dos pioneiros no movimento Ágil no Brasil. Ajudou na
tradução oficial do Manifesto Ágil para o Português. É membro ativo da
organização do Agile Brazil (inclusive sendo chairman da edição 2013).
Ele também é o fundador da Revisa e Blog Visão Ágil. Já escreveu para
portais internacionais como InfoQ, AgileJournal, ScrumAlliance,
AgileAlliance e revistas como SQL Magazine, JavaMagazine, Mundo J e
outras. Revisou e Escreveu o prefácio do Livro Agile Project Management
(Editora AltaBooks) em Português e do Livro Scrum - Gestão Ágil para
Projetos de Sucesso (Editora Casa do Código). Também é um co-autores
do livro Métodos Ágeis para o Desenvolvimento de Software (Editora
Bookman).
É o mais ativo licensed trainer de Management 3.0 no Brasil, tendo
inclusive, contribuído para formação e licenciamento de outros grandes
facilitadores do cenário nacional. E Também é detentor das certificações
SPC (Scaled Agile Academy), CAC (Alpha Coach - WorthEthic), CSM,
CSPO e CSP (ScrumAlliance).
Manoel Pimentel Medeiros
sobre o autor:
48. Apoio e Revisão
✓ Alexandre Magno
✓ Lara Rejane
✓ Luiz Faias
✓ Marcelo Leite
✓ Márcio Santos
✓ Noel Portugal
✓ Simone Pittner