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FIM DA FILA Agosto de 2016
Fim da Fila
Cidadãos cada vez mais
exigentes motivam
organizações a um
repensar transformador no
atendimento ao público
INSIGHT MEMORÁVEL
Introdução
É sabido que a maioria dos consumidores
que sofrem uma má experiência de
atendimento tendem a trocar de
fornecedor. Também nas interações
entre cidadãos e o serviço público, uma
insatisfação dessas é decisiva para o
desgaste da imagem dos governantes.
Solução instantânea! Estamos em
tempos onde cidadãos, clientes, usuários,
ou mesmo pacientes, não mais aceitam
esperas longas por informações, compras
ou provimento de serviços.
Avanços da tecnologia, em ritmo cada
vez mais acentuado, contribuem com a
gradativa alteração dos nossos padrões
de comportamento. E, à medida em que
as novas gerações vão ocupando o
mercado, a expectativa por celeridade
ganha ainda mais força.
Ocorre que, em dissonância com essa
tendência, diversas organizações públicas
e privadas são incapazes de promover
mudanças, não entregando ao seu
público a resolutividade desejada,
gerando frustações. Exemplos acabados
de insatisfação que poderiam, para o bem
das próprias empresas e governos, não
mais afligir consumidores e cidadãos são
as temidas filas.
Mas será que a fila é apenas um mal, um
efeito negativo da ineficiência humana?
Neste documento estudamos a gênese
deste fenômeno, apontando direções
estratégicas e operacionais para sua
solução.
Boa Leitura!
Irracionalidade?
Muitas das invenções do homem são, na
verdade, adaptações do que observamos
existir na natureza ou no mundo animal
irracional. As filas, seriam, por acaso,
parte desse segundo conjunto?
Ao partilharem o produto da caça,
algumas espécies de predadores, que
desenvolveram hábitos sociais,
estabelecem uma ordem determinada -
portanto uma fila - para consumir a caça.
Esses hábitos sociais, a rigor, configuram
regras que Darwin acabaria classificando
como parte daquelas necessárias à
sobrevivência dos mais aptos ou a
minimizar a autofagia em momentos de
maior escassez dos alimentos, evitando
conflitos internos à comunidade.
A origem das filas estaria, assim,
vinculada a um desequilíbrio entre a
oferta e a demanda e à sobrevivência,
dentro de uma mesma espécie, dos mais
aptos. Não é por acaso, por exemplo que
nas alcateias, uma vez abatida a presa,
tem preferência para a refeição o macho
e a fêmea alfa, seguidos pelos que
participaram da caça e, por fim, os
demais integrantes da comunidade.
As filas, herdadas ou não dos
animais, já foram elemento de
solução de conflitos sociais
frutos de alguma escassez. Mas
o tempo dessa virtuosidade já
passou, e hoje é desagradável
estar no final de uma delas.
Possivelmente, os humanos observaram
na natureza essas habilidades que se
tornaram inatas a algumas espécies e, se
não as herdaram por evolução, não
tardaram a copiá-las. As filas, portanto,
seriam adaptadas ou herdadas do mundo
animal irracional e configuram, até certo
nível de maturidade social, solução para
os conflitos decorrentes dos momentos
de escassez dentro das comunidades. Em
consequência, é necessário reconhecer
que, por suas possíveis origens, a fila
ainda é e foi elemento virtuoso e que
muito contribuiu para a evolução da
humanidade.
O corolário desse raciocínio é que
precisamos olhá-la com atenção e
respeito, sobretudo quando, em razão de
sua proliferação e promoção a ícone da
ineficiência, se cuida da sua melhor
administração ou até da sua extinção.
Fato é que, hoje, praticamente todas as
filas são sintoma e consequência de
problemas não endereçados por gestores,
que geram prejuízos sistêmicos às
organizações e a toda sociedade.
Paris: enormes filas de turistas preocupam
governantes e empresários da cidade
FIM DA FILA | AGO-2016 www.memora.com.br
Teoria das Filas
A reverência às filas levou Erlang, na
Dinamarca de 1909, a desenvolver os
princípios que levaram à Teoria das Filas,
mais tarde sujeita a avanços justamente
com o advento de uma das melhores
ferramentas de gestão: o Computador.
De fato, nos sistemas operacionais, boa
parte das instruções se destina ao
gerenciamento de filas necessárias ao
atendimento das demandas incidentes
sobre os recursos da máquina: memória,
storage, processamento, acesso a
periféricos, entre outros.
Boa parte dessa teoria também se aplica
ao tipo de fila que ocupa nossas
preocupações: aquelas em que o cidadão
se vê frente a frente com os serviços
prestados por empresas ou pelo Estado.
De fato, ao se inserirem variáveis
sociológicas no contexto, a teoria das filas
encontra limitações ainda não superadas.
A outra disciplina que vai ao encontro
dessas preocupações é a de Gestão de
Processos, incluindo suas correlatas,
como o Planejamento de Capacidades.
Em uma avaliação do processo de
atendimento sob a perspectiva da espera
do cliente final, as melhores práticas
apontam para que se realize a verificação
mirando os 3 ciclos envolvidos, que são:
 Pré-processo: pessoa está na fila
aguardando ser atendido;
 Em processo: pessoa está com
atendente realizando transação;
 Pós-processo: aguarda solução após
ter pago ou cumprido as exigências.
Arsenal de Cura
Tecnologia, Teoria das Filas, Gestão de
Processos e Inovação: eis excelente
ferramental ao nosso dispor para melhor
administrar ou eliminar as filas, com mais
respeito ao usuário do atendimento.
Iniciando pela identificação de impactos e
oportunidades, tanto de curto quanto de
longo prazos, que uma transformação das
filas poderia trazer para sua atividade,
seja em resultados comerciais, marca da
instituição, fidelização de clientela,
satisfação da equipe interna, etc.
O ferramental para
transformação das filas inclui
soluções como otimização,
engajamento, eliminação,
autosserviço e predição
Sobre isso, adicionam-se componentes
de cultura organizacional, aspectos
relevantes de processos e sistemas já
instaladas, bem como outras
competências existentes.
Varejo: Consumidores fazem fila gigantesca
para entrar em uma loja
A compreensão precisa dos desafios e o
diagnóstico organizacional eficiente
fornecem as diretrizes necessárias para o
planejamento da solução e o
dimensionamento adequado dos seus
componentes de tecnologia e gestão.
Modelos de referência e aceleradores de
solução podem ajudar, porém não existe
uma receita que já esteja completamente
pronta para todos os desafios.
Derivam daí as diversas possibilidades de
transformação organizacional, utilizadas
isoladamente ou em conjunto, entre elas:
Otimização da fila
Esta é a abordagem que faz uso de
técnicas, inclusive estatísticas, para
avaliar os padrões atuais do atendimento
prestado e, também com base em uma
boa dose de bom-senso, propor
alternativas de fácil implementação,
porém alto impacto na celeridade e
satisfação do cliente, como, por exemplo,
guichês específicos para determinado
segmento do público, adoção de fila
única para múltiplos guichês, antecipação
de demanda via preenchimento prévio de
informações, senhas, digital signage, etc.
Engajamento da fila
Tornar o processo de espera uma
experiência interessante, ao invés de um
exercício de paciência, pode também
alterar estruturalmente a percepção do
cidadão atendido para com a
organização. O provimento de distrações
que agreguem valor ao momento de
espera pode resultar positivamente, no
caso de empresas privadas, em aumento
de vendas e de recomendações que
atrairão novos clientes.
Eliminação da fila
Aplicável em algumas situações, esta
abordagem analisa o processo de forma a
viabilizar um caminho de solução em que
o processo de oferta e demanda em
questão é resolvido de outra forma, ou
simplesmente deixa de existir – fato que
ocorre frequentemente em projetos de
convergência e interoperabilidade. Ainda
que mais rara, essa possibilidade, quando
confirmada sua viabilidade, traz grandes
economias de tempo e esforço.
Autosserviço
Esta é uma opção desejável nas situações
em que o processo de atendimento possa
suprimir a obrigatoriedade presencial,
seja do atendente, seja do usuário. Com
uma sociedade altamente conectada e
afeita a aplicativos, e também habituada
com mecanismos de autoatendimento, a
exemplo dos caixas eletrônicos,
disponibilizar canais de autoatendimento
passa a ser uma interessante tática.
Esta tática pode carecer que o arcabouço
legal seja modernizado para cobrir a
finalidade, como aconteceu com o caso
de abertura de contas bancárias, que hoje
pode ser feito remotamente, ou com o
processo de abertura de empresas, que
também conta com agilização online em
diversas unidades da federação. Por
óbvio, sistemas de validação e segurança
devem também evoluir para suportar as
exigências deste tipo de transação.
Caminhos de respeito ao
Cidadão: gestão efetiva,
interoperabilidade de sistemas,
digitalização de canais
Ressalta-se que, nas situações em que o
Autosserviço coexiste com o atendimento
presencial, a organização precisa alinhar
seu back-office de forma a, independente
do canal de interação com o cliente,
prover solução sempre consistente. A
oferta de canais alternativos ao cliente
aumenta seu apreço pela organização e
diminui a demanda no canal original.
Predição de atendimento
Proporcionando uma experiência mais
agradável, rápida e efetiva ao cliente em
todo ciclo de atendimento, temos hoje
acesso a tecnologias que captam, por
similaridade, agendamento prévio ou
análise de histórico de transações, a
intenção do cliente, permitindo predizer
seus próximos passos e antecipar etapas
de seus futuros atendimentos.
Resolutividade Compensa!
A análise competente do problema,
seguida das devidas medidas físicas,
humanas, gerenciais e digitais surtirão
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  • 1. FIM DA FILA Agosto de 2016 Fim da Fila Cidadãos cada vez mais exigentes motivam organizações a um repensar transformador no atendimento ao público INSIGHT MEMORÁVEL Introdução É sabido que a maioria dos consumidores que sofrem uma má experiência de atendimento tendem a trocar de fornecedor. Também nas interações entre cidadãos e o serviço público, uma insatisfação dessas é decisiva para o desgaste da imagem dos governantes. Solução instantânea! Estamos em tempos onde cidadãos, clientes, usuários, ou mesmo pacientes, não mais aceitam esperas longas por informações, compras ou provimento de serviços. Avanços da tecnologia, em ritmo cada vez mais acentuado, contribuem com a gradativa alteração dos nossos padrões de comportamento. E, à medida em que as novas gerações vão ocupando o mercado, a expectativa por celeridade ganha ainda mais força. Ocorre que, em dissonância com essa tendência, diversas organizações públicas e privadas são incapazes de promover mudanças, não entregando ao seu público a resolutividade desejada, gerando frustações. Exemplos acabados de insatisfação que poderiam, para o bem das próprias empresas e governos, não mais afligir consumidores e cidadãos são as temidas filas. Mas será que a fila é apenas um mal, um efeito negativo da ineficiência humana? Neste documento estudamos a gênese deste fenômeno, apontando direções estratégicas e operacionais para sua solução. Boa Leitura! Irracionalidade? Muitas das invenções do homem são, na verdade, adaptações do que observamos existir na natureza ou no mundo animal irracional. As filas, seriam, por acaso, parte desse segundo conjunto? Ao partilharem o produto da caça, algumas espécies de predadores, que desenvolveram hábitos sociais, estabelecem uma ordem determinada - portanto uma fila - para consumir a caça. Esses hábitos sociais, a rigor, configuram regras que Darwin acabaria classificando como parte daquelas necessárias à sobrevivência dos mais aptos ou a minimizar a autofagia em momentos de maior escassez dos alimentos, evitando conflitos internos à comunidade. A origem das filas estaria, assim, vinculada a um desequilíbrio entre a oferta e a demanda e à sobrevivência, dentro de uma mesma espécie, dos mais aptos. Não é por acaso, por exemplo que nas alcateias, uma vez abatida a presa, tem preferência para a refeição o macho e a fêmea alfa, seguidos pelos que participaram da caça e, por fim, os demais integrantes da comunidade. As filas, herdadas ou não dos animais, já foram elemento de solução de conflitos sociais frutos de alguma escassez. Mas o tempo dessa virtuosidade já passou, e hoje é desagradável estar no final de uma delas. Possivelmente, os humanos observaram na natureza essas habilidades que se tornaram inatas a algumas espécies e, se não as herdaram por evolução, não tardaram a copiá-las. As filas, portanto, seriam adaptadas ou herdadas do mundo animal irracional e configuram, até certo nível de maturidade social, solução para os conflitos decorrentes dos momentos de escassez dentro das comunidades. Em consequência, é necessário reconhecer que, por suas possíveis origens, a fila ainda é e foi elemento virtuoso e que muito contribuiu para a evolução da humanidade. O corolário desse raciocínio é que precisamos olhá-la com atenção e respeito, sobretudo quando, em razão de sua proliferação e promoção a ícone da ineficiência, se cuida da sua melhor administração ou até da sua extinção. Fato é que, hoje, praticamente todas as filas são sintoma e consequência de problemas não endereçados por gestores, que geram prejuízos sistêmicos às organizações e a toda sociedade. Paris: enormes filas de turistas preocupam governantes e empresários da cidade
  • 2. FIM DA FILA | AGO-2016 www.memora.com.br Teoria das Filas A reverência às filas levou Erlang, na Dinamarca de 1909, a desenvolver os princípios que levaram à Teoria das Filas, mais tarde sujeita a avanços justamente com o advento de uma das melhores ferramentas de gestão: o Computador. De fato, nos sistemas operacionais, boa parte das instruções se destina ao gerenciamento de filas necessárias ao atendimento das demandas incidentes sobre os recursos da máquina: memória, storage, processamento, acesso a periféricos, entre outros. Boa parte dessa teoria também se aplica ao tipo de fila que ocupa nossas preocupações: aquelas em que o cidadão se vê frente a frente com os serviços prestados por empresas ou pelo Estado. De fato, ao se inserirem variáveis sociológicas no contexto, a teoria das filas encontra limitações ainda não superadas. A outra disciplina que vai ao encontro dessas preocupações é a de Gestão de Processos, incluindo suas correlatas, como o Planejamento de Capacidades. Em uma avaliação do processo de atendimento sob a perspectiva da espera do cliente final, as melhores práticas apontam para que se realize a verificação mirando os 3 ciclos envolvidos, que são:  Pré-processo: pessoa está na fila aguardando ser atendido;  Em processo: pessoa está com atendente realizando transação;  Pós-processo: aguarda solução após ter pago ou cumprido as exigências. Arsenal de Cura Tecnologia, Teoria das Filas, Gestão de Processos e Inovação: eis excelente ferramental ao nosso dispor para melhor administrar ou eliminar as filas, com mais respeito ao usuário do atendimento. Iniciando pela identificação de impactos e oportunidades, tanto de curto quanto de longo prazos, que uma transformação das filas poderia trazer para sua atividade, seja em resultados comerciais, marca da instituição, fidelização de clientela, satisfação da equipe interna, etc. O ferramental para transformação das filas inclui soluções como otimização, engajamento, eliminação, autosserviço e predição Sobre isso, adicionam-se componentes de cultura organizacional, aspectos relevantes de processos e sistemas já instaladas, bem como outras competências existentes. Varejo: Consumidores fazem fila gigantesca para entrar em uma loja A compreensão precisa dos desafios e o diagnóstico organizacional eficiente fornecem as diretrizes necessárias para o planejamento da solução e o dimensionamento adequado dos seus componentes de tecnologia e gestão. Modelos de referência e aceleradores de solução podem ajudar, porém não existe uma receita que já esteja completamente pronta para todos os desafios. Derivam daí as diversas possibilidades de transformação organizacional, utilizadas isoladamente ou em conjunto, entre elas: Otimização da fila Esta é a abordagem que faz uso de técnicas, inclusive estatísticas, para avaliar os padrões atuais do atendimento prestado e, também com base em uma boa dose de bom-senso, propor alternativas de fácil implementação, porém alto impacto na celeridade e satisfação do cliente, como, por exemplo, guichês específicos para determinado segmento do público, adoção de fila única para múltiplos guichês, antecipação de demanda via preenchimento prévio de informações, senhas, digital signage, etc. Engajamento da fila Tornar o processo de espera uma experiência interessante, ao invés de um exercício de paciência, pode também alterar estruturalmente a percepção do cidadão atendido para com a organização. O provimento de distrações que agreguem valor ao momento de espera pode resultar positivamente, no caso de empresas privadas, em aumento de vendas e de recomendações que atrairão novos clientes. Eliminação da fila Aplicável em algumas situações, esta abordagem analisa o processo de forma a viabilizar um caminho de solução em que o processo de oferta e demanda em questão é resolvido de outra forma, ou simplesmente deixa de existir – fato que ocorre frequentemente em projetos de convergência e interoperabilidade. Ainda que mais rara, essa possibilidade, quando confirmada sua viabilidade, traz grandes economias de tempo e esforço. Autosserviço Esta é uma opção desejável nas situações em que o processo de atendimento possa suprimir a obrigatoriedade presencial, seja do atendente, seja do usuário. Com uma sociedade altamente conectada e afeita a aplicativos, e também habituada com mecanismos de autoatendimento, a exemplo dos caixas eletrônicos, disponibilizar canais de autoatendimento passa a ser uma interessante tática. Esta tática pode carecer que o arcabouço legal seja modernizado para cobrir a finalidade, como aconteceu com o caso de abertura de contas bancárias, que hoje pode ser feito remotamente, ou com o processo de abertura de empresas, que também conta com agilização online em diversas unidades da federação. Por óbvio, sistemas de validação e segurança devem também evoluir para suportar as exigências deste tipo de transação. Caminhos de respeito ao Cidadão: gestão efetiva, interoperabilidade de sistemas, digitalização de canais Ressalta-se que, nas situações em que o Autosserviço coexiste com o atendimento presencial, a organização precisa alinhar seu back-office de forma a, independente do canal de interação com o cliente, prover solução sempre consistente. A oferta de canais alternativos ao cliente aumenta seu apreço pela organização e diminui a demanda no canal original. Predição de atendimento Proporcionando uma experiência mais agradável, rápida e efetiva ao cliente em todo ciclo de atendimento, temos hoje acesso a tecnologias que captam, por similaridade, agendamento prévio ou análise de histórico de transações, a intenção do cliente, permitindo predizer seus próximos passos e antecipar etapas de seus futuros atendimentos. Resolutividade Compensa! A análise competente do problema, seguida das devidas medidas físicas, humanas, gerenciais e digitais surtirão efeitos satisfatórios em processos específicos. O conjunto desses efeitos terá, por conseguinte, ganhos exponenciais para todos, com pessoas mais satisfeitas, organizações mais enxutas, e uma sociedade mais produtiva.