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REINTERPRETAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O presente artigo tem por objetivo um pedido de revisão das soluções globais e uma
estrutura para o desenvolvimento sustentável baseado em uma reinterpretação que
reconheça a interdependência dos humanos com o resto da ecosfera, examinando as
limitações na conceitualização contemporânea antropocêntrica do desenvolvimento
sustentável por meio de uma ética utilitária e argumentos que favoreçam uma
reinterpretação mais ecocêntrica, que incorpora o reconhecimento dos valores
socioecológicos, criado pela World Comission in the Environment and Development, que
introduziu o conceito no centro global. E este vem sendo usado nas últimas três décadas.
A interpretação do termo desenvolvimento sustentável que foi colocado progressivamente
no relatório da WCED Brundtland em 1987 como, “desenvolvimento que satisfaça as
necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades “, foi uma manobra política e que foi
deixada como uma definição ambígua para ganhar aceitação e concordância generalizada,
qualquer que seja a interpretação de cada país e, que a imprecisão do termo permite um
foco no desenvolvimento econômico enquanto finge se tratar de sustentabilidade. Assim
sendo a questão do desenvolvimento sustentável precisa ser discutida em níveis éticos e
científicos se sustentabilidade é adequar necessidade humanas sem privar os ecossistemas
de sua saúde.
A sociedade global contemporânea clama por uma reconstrução das palavras-chaves
“sustentável”, “desenvolvimento”, “gerações” e “necessidades” e reinterpretação da
terminologia no cenário atual de rápidas mudanças no meio ambiente global, que endosse a
inclusão de ética socioecológica na definição de valores, promovendo uma perspectiva mais
holística e econcêntrica e uma base ética logicamente coerente para o termo
desenvolvimento sustentável, o qual, se reconhecido e adotado, poderia influenciar como
questões ambientais são percebidas, como decisões políticas e administrativas são tomadas
e como as ações são propostas.
O artigo é organizado em seis seções:
A primeira seção revisa a natureza controversa da definição de desenvolvimento
sustentável. A segunda expõe as inadequações éticas na definição de desenvolvimento
sustentável e faz alusão à sua preferência linear em detrimento da perspectiva de sistema
holístico acerca do desenvolvimento. A terceira justapõe desenvolvimento econômico com o
sustentável e provê um argumento de que a utilização de recurso não sustentável não pode
ser considerada como desenvolvimento sustentável. A quarta e quinta seções propõem um
paradigma pautado em como o conceito de desenvolvimento sustentável é compreendido e
tenta prover uma reinterpretação da terminologia da definição de ética, necessidades e
perspectivas sistêmicas. A sexta seção, a conclusão, recapitula a necessidade para o
levantamento de um paradigma na conceitualização global de desenvolvimento sustentável
e endossa um movimento direcionado a uma abordagem mais holística e integrada ao
desenvolvimento sustentável.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UM CONCEITO EQUIVOCADO
Apesar de novas definições terem surgido, as quais enfatizam as dimensões sociais,
ambientais e econômicas de sustentabilidade, ainda restou um conceito equivocado. Para
Barkemeyer e outros notam que algumas destas definições são “mutualmente exclusivas”.
Semelhantemente, Hopwood e Redclift indicam que um número de diferentes significados e
discursos tenham surgido desde que o termo foi primeiramente conceitualizado em 1987.
Com o debate em curso sobre o tema é mais acerca das ciências econômicas, ecológicas
ou sociais, aquele ainda é considerado bastante antropocêntrico na natureza porque
envolve as necessidades socioeconômicas dos humanos na utilização de recursos naturais
que inclui outros seres vivos.
Bond e Saunders argumentam que desenvolvimento sustentável tem sido destituído de
direitos por meio das diferentes interpretações de sustentabilidade, que leva a um foco nas
saídas socioeconômicas no gasto do meio ambiente e, portanto, serve para promover
perspectivas econômicas dominantes acima da sustentabilidade mais ampla e
preocupações ambientais, como por exemplo, produtos domésticos brutos, análise de custo-
benefício e IDH, indicadores chaves para se medir o desenvolvimento sustentável, têm uma
orientação social e econômica fortes.
Para ecocêntricos, é primordial proteger a saúde do ecossistema. Para os antropocêntricos
é a adequação das necessidades humana de forma mais eficiente; e para os economistas
significa manter um curso estável da economia.
Bordieu afirma que palavras, em grande medida, fazem as coisas e, mudando as palavras,
podemos mudar as coisas.
Luke (2005) observa que a definição precisa reconsiderar muito mais criticamente
"sustentabilidade" e "desenvolvimento" como metas para guiar a criação de uma economia
política verdadeiramente ambientalmente saudável.
Globalmente, a palavra "desenvolvimento" no desenvolvimento sustentável indica
distintamente o desenvolvimento económico e empresarial, que depende fortemente da
tecnologia e da indústria (Carvalho, 2001; Gasparatos et al., 2009).
Seghezzo (2009) argumenta que a definição da WCED superestima o poder explicativo do
raciocínio econômico em detrimento de outros aspectos fundamentais do desenvolvimento.
Da mesma forma, de acordo com Robinson (2004), uma preocupação particular é a maneira
pela qual o lado do desenvolvimento do argumento do desenvolvimento sustentável está
sendo equiparado ao crescimento econômico. O termo "sustentável", por outro lado, tem
sua origem na ciência ecológica. Ele exprime as condições que os ecossistemas necessitam
para se sustentar à longo prazo. (Holden e Linnerud, 2007).
Buchdahl e Raper (1998) argumentam que o real significado da sustentabilidade enfatiza a
importância da "economia da natureza" como economias primordialmente sociais e de
mercado criadas pelos seres humanos, que são dependentes da natureza, como
secundárias.
Socialmente na interpretação contemporânea da definição de desenvolvimento sustentável
por causa de sua ênfase nas gerações humanas, o conceito de desenvolvimento
sustentável marginaliza a natureza e o ambiente em detrimento do crescimento econômico e
do desenvolvimento humano. (Robinson, 2004). Também adota uma abordagem mais
incremental voltada para ganhos de eficiência e melhoria da tecnologia (Gasparatos et al.,
2009; Robinson, 2004).
Embora mostre vínculos entre meio ambiente e desenvolvimento e defende a integração da
complexa questão da deterioração ambiental com a questão igualmente complexa do
desenvolvimento humano, falta de precisão de definição pode confundir os debates políticos
e acadêmicos em torno do termo (Robinson, 2004).
Argumenta-se que o desenvolvimento sustentável, tal como interpretado e praticado na
sociedade contemporânea, é como Luke (2005) afirma não sustentável nem desenvolvido.
Tal discurso exige uma interpretação que desconstrói o conceito de sustentabilidade e
desenvolvimento de uma tecnociência contemporânea e de um discurso cívico que serve as
exigências sistêmicas de política e ganhos materiais, econômicos para aquele que
considera o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental como mutuamente
reforçadores (Sumudu , 2002).
ÉTICAS E SISTÊMICAS FLUVIAIS NA INTERPRETAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Existe agora um consenso geral entre cientistas e especialistas em meio ambiente de que a
conservação ambiental é uma questão ética importante para a sustentabilidade e que nossa
orientação para a natureza precisa assumir uma postura ética mais abrangente e holística
(De Paula e Cavalcanti, 2000; Ehrlich, 2002).
A definição clássica de desenvolvimento sustentável, ao colocar implicitamente a ênfase no
atendimento das necessidades (sociais, econômicas e ambientais) das gerações "humanas"
presentes sem comprometer a capacidade das futuras gerações "humanas" de atender às
suas próprias necessidades (WCED, 1987) ignora as necessidades atuais da natureza e do
ambiente, portanto, é crucial reexaminar a sua definição de forma mais crítica, a partir da
qual conceitos variados podem ser construídos e reconstruídos.
Além disso, o antropocentrismo do desenvolvimento sustentável está refletido no Relatório
Brundtland da WCED em sua declaração de que "as espécies e ecossistemas devem ser
preservados porque têm um" valor econômico "considerado crucial para o desenvolvimento
e, importante para o bem-estar humano", para satisfazer as necessidades materiais
humanas numa corrida pelo poder e pela supremacia.
Ecólogos profundos com uma forte postura ética ambiental rejeitam o próprio conceito de
desenvolvimento sustentável, pois prioriza as necessidades dos seres humanos ao longo do
resto da vida (Giddings et al., 2002). Porém, na sua forma atual, a ética ecológica não faz
parte da definição de desenvolvimento sustentável, pois a ênfase está no bem-estar e no
desenvolvimento humano, com ênfase marcada na ética social. Vucetich e Nelson (2010,
p.2) argumentam que "sem desenvolver a dimensão ética da sustentabilidade, nem sequer
saberemos o que significa sustentabilidade".
Essa postura ética limitada é claramente refletida no Triple Bottom Line Approach, que se
baseia na responsabilidade ética "social". Em nenhuma parte menciona responsabilidade
ecológica, ambiental. A razão é bastante evidente: o Ethos do Triple Bottom Line Approach,
é o que diferencia uma empresa que adota critérios de sustentabilidade no modelo de
gestão das que dizem que o fazem, mas deslizam na superficialidade.
As externalidades ecológicas, tais como a poluição, os danos à biodiversidade e a perda do
polo genético, que são os resultados do chamado crescimento econômico sustentável, não
são contabilizadas no desenvolvimento econômico sustentável (Giddings et al., 2002). É por
isso que, apesar da adoção de agendas de desenvolvimento sustentável pelo setor
corporativo, governos, agências internacionais e reformadores sociais e ambientais e a
retórica do desenvolvimento sustentável nos meios políticos, econômicos e tecnológicos, os
avanços na degradação ambiental têm um ritmo relativamente elevado. E em grande parte o
resultado de emissões de gases de efeito estufa que são impulsionadas por padrões de
desenvolvimento socioeconômica caracterizadas pelo crescimento econômico, tecnologia,
população e governança '.
A sustentabilidade tem que ir além das origens antropocêntricas do desenvolvimento
sustentável para chegar a uma teoria ecocêntrica não diferente da ética da administração
(Sarvestani e Shahvali, 2008). O desenvolvimento sustentável tem de ser revisto como uma
abordagem holística à luz dos códigos éticos que atribuem valores morais aos seres
humanos e não humanos.
O desenvolvimento sustentável, de acordo com Sarvestani e Shahvali (2008, p.614), requer
"uma forma não-antropocêntrica do pós-modernismo, não dissolvendo as barreiras dualistas
que separam a humanidade da natureza, mas dissolvendo a humanidade e a natureza para
redescobrir a Unidade da humanidade e de todas as criações ".
O progresso positivo em direção à sustentabilidade vai além da eficiência econômica para
incluir considerações de equidade e leva em consideração a consciência recente das
economias, sociedades e ecossistemas como um sistema adaptativo complexo não pode
ser totalmente capturada através de uma única perspectiva (Gasparatos et al., 2009).
Sendo assim, o progresso em direção ao desenvolvimento sustentável não será possível
sem compreender a importância das inter-relações destacada na literatura de
sustentabilidade (Gibson et al., 2005, Pope et al., 2004).
Pelo contrário, o desenvolvimento sustentável, inclinado para um sistema socioeconômico
centrado no ser humano, desconsidera a interação entre escalas (Folke et al., 2005), onde
os interesses sociais e econômicos são considerados primários, enquanto a ideia de
economia da natureza é reduzida ao consumo de recursos e à conservação (Buchdahl e
Raper, 1998). O desenvolvimento sustentável, portanto, precisa incorporar a perspectiva
ecológica na política econômica e na tomada de decisões.
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL É APENAS UM DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO OU É O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO QUE PROMOVE A
SUSTENTABILIDADE SÓCIO-ECOLÓGICA?
Segundo o Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD,
2010), o maior desafio do desenvolvimento é que os modelos econômicos existentes não
podem ser sustentados, já que o desenvolvimento econômico já ameaçou os serviços dos
ecossistemas, como o ciclismo natural de água doce, carbono e nitrogênio, Da qual
depende a prosperidade e a sobrevivência dos ecossistemas.
Um exemplo clássico da posição de "valor extraviado" (Lambacher, 2007) na interpretação
atual do desenvolvimento sustentável é a agenda politizada de comércio de carbono que
paga aos países menos desenvolvidos para proteger as florestas em uma tentativa de
reverter a mudança climática. A pobreza no contexto do desenvolvimento sustentável deve
ser percebida como de natureza multidimensional, que abrange tanto a pobreza humana
como os ecossistemas empobrecidos.
O equívoco de que as regulamentações ambientais tendem a inibir o crescimento
econômico e, por conseguinte, o crescimento econômico se opõe à proteção do ambiente
polarizou e reduziu o debate sobre sustentabilidade.
Baseado em um modelo simples de dados de emissões, Cordero et al. (2005) concluem que
a proteção ambiental e o crescimento econômico não são incompatíveis, mas para enfrentá-
los não é fácil e, a adoção de políticas para limitar as emissões poluentes e adotar
tecnologias alternativas livres de poluição e limitar o consumo de recursos requer incentivos
e regulamentações que promovam o uso de tecnologias renováveis.
A reavaliação e a inovação são também necessárias nas instituições de governação e nos
fóruns mundiais, pois a ausência de regras internacionais no mercado econômico global que
inibem assegurar margens adequadas de emissões poluentes e consumo de recursos tanto
no mundo desenvolvido quanto no mundo em desenvolvimento (Cordero et al., 2005).
Portanto, uma versão alternativa do desenvolvimento econômico sustentável que é a causa
de todas as questões de sustentabilidade é muito mais promissor para o bem-estar social e
ecológico e ambiental. Em tais circunstâncias, é ainda mais necessária a reinterpretação do
desenvolvimento sustentável que, de acordo com Ingwe et al (2010, p. 005), defende a
"prática do" igualitarismo biosférico ", uma filosofia que promove a igualdade do valor
intrínseco Para ambos os componentes do ecossistema: humano e não humano '.
Pederson (2009) refere-se ao conceito de "economia de crescimento ecológico". Ele sugere
que o mundo terá que mudar de uma economia de consumo de massa para a economia de
crescimento ecológico, porque é uma nova realidade emergente e uma pré-condição para a
continuação do progresso humano e a sobrevivência de milhões de outras espécies na
Terra. A reestruturação de regras e incentivos incorporados em sistemas econômicos
nacionais e internacionais e ações mais concertadas e enérgicas de líderes internacionais
em fóruns como o G-8, o G-20 e as Nações Unidas.
RODAPÉ
Como ressalta um dos revisores desta revista “Os compromissos de política internacional na
Europa e no Reino Unido são na verdade impulsionadas por concentrações absolutas de
CO2 na atmosfera, o que levou o UK Climate Change Committee (2009) a sugerir que o
crescimento da aviação no Reino Unido deveria ser limitado a apenas 60% até 2050 se as
metas nacionais de CO2 não forem comprometidas”.
REINTERPRETANDO A DEFINIÇÃO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Este artigo não pretende impor qualquer rigor de definição ao desenvolvimento sustentável,
mas a reinterpretação proporcionará um novo significado ao desenvolvimento sustentável
que promove um novo conjunto de ética, um novo conjunto de valores e novas formas de se
relacionar com o mundo natural.
Esta nova perspectiva com uma forte ética ecológica poderia dar um contributo positivo
significativo para a vida e os processos naturais que orientam a vida na Terra. A intenção é
trazer uma mudança positiva no sentido do desenvolvimento sustentável. Isso só é possível
se o desenvolvimento sustentável, além dos valores centrados no ser humano, incorporar a
ética ecológica amplamente negligenciada no sentido mais pleno e mais profundo e refletir
na sua interpretação.
Nessa visão reinterpretada do desenvolvimento sustentável, como afirma Curry (2006, p.1),
as questões éticas não podem mais ser restritas a "como tratar seres humanos ou mesmo
animais, mas devem abraçar todo o mundo natural". Segundo Curry (2006, p.1) "tal ideia
não é nova, mas a ideia de levá-la a sério é nova".
A reinterpretação do desenvolvimento sustentável, portanto, deve incorporar a natureza e o
meio ambiente como sujeitos e não vê-los como objetos, o que faz na sua interpretação
atual. Lidar com as mudanças dos recursos e dos ecossistemas e determinar as ligações
sociais e ecológicas, numa estrutura que forneça informações importantes sobre respostas
sociais essenciais às mudanças nos sistemas ecológicos e auxilie na concepção de
sistemas de gestão de recursos mais sustentáveis (Berkes et al., 2000).
Adaptabilidade e flexibilidade podem ser construídas nas instituições para que elas sejam
capazes de responder aos processos que contribuem para a resiliência dos ecossistemas.
Esse quadro mental requer uma pesquisa e uma política interdisciplinares colaborativas que
possam melhorar a gestão e construir a resiliência em sistemas socioecológicos
interdependentes.
A versão reinterpretada do desenvolvimento sustentável deve abordar a ecosfera como um
todo. Como afirma Morrison-Saunders (2008), deve, portanto, fazer uma transição de uma
civilização puramente industrial para uma mais ecológica.
Holden e Linnerud (2007) mencionam os três objetivos legítimos derivados do
desenvolvimento sustentável como (I) salvaguardando a sustentabilidade ecológica de longo
prazo, (II) satisfazendo as necessidades humanas básicas, e (III) promovendo a equidade
intergeracional e intrageneracional.
Embora os dois últimos objetivos estejam claramente refletidos na definição que o primeiro
objetivo tende a ser completamente ignorado na forma como ele é presentemente
interpretado. A equidade intergeracional e intrageneracional no desenvolvimento sustentável
exige que as populações humanas presentes e futuras tenham uma parcela igual da
capacidade biológica total da Terra (Holden e linnerud, 2007). Determinar nossas escolhas
comportamentais e interação com o meio ambiente e moldar os campos de ações e
decisões que são integrados na visão de um habitat compartilhado, incluindo outras
espécies na definição e satisfazer as necessidades básicas de todas as espécies deve
constituir a pré-condição necessária para o desenvolvimento sustentável.
A definição atual de desenvolvimento sustentável é em grande parte incapaz de motivar
efetivamente o desenvolvimento sustentável ou trazer uma mudança nas atitudes das
pessoas e instituições para com a sustentabilidade (Jamieson, 1998; Thompson, 2007).
Caracterizar e identificar esta nova versão da sustentabilidade motivará efetivamente ações
sustentáveis. Como observam Vucetich e Nelson (2010), uma vez que os "objetivos finais"
apropriados do desenvolvimento sustentável são determinados e ativados (no nível global),
estes impulsionarão as motivações para buscar os meios para alcançar o desenvolvimento
sustentável. Para concretizar o conceito reinterpretado de desenvolvimento sustentável,
seria necessário que intervenções internacionais, como a WCED e a WBCSD, revistassem e
revisassem o conceito de desenvolvimento sustentável e reformulassem estratégias de
desenvolvimento, leis-quadro e diretrizes baseadas em "ética socioecológica" e "ecologia
socioeconômica" responsabilidade corporativa "que efetivamente incorporem valores, custos
e leis ambientais apropriadas nas tomadas de decisões econômicas.
Tal agenda internacional permitirá pesquisas e práticas inovadoras, que são urgentemente
necessárias para avançar para o desenvolvimento econômico ecologicamente e
ambientalmente sustentável.
Esta nova visão de desenvolvimento sustentável que endossa a "sustentabilidade forte"
pode desempenhar um papel crucial na resolução de desafios ambientais e de recursos,
com os quadros políticos revistos alterados à luz da nova visão podem permitir o
desenvolvimento de novas tecnologias e modelos de negócio que integrem os sistemas
sociais e ecológicos para satisfazer as necessidades humanas e a saúde dos ecossistemas.
CONCLUSÃO
Na base da necessidade emergente e crescente por uma transição rápida na política global
sobre desenvolvimento sustentável, o artigo recomenda que os fóruns internacionais sobre
desenvolvimento sustentável mudem a postura sobre desenvolvimento sustentável de uma
antropocêntrica para uma postura ecocêntrica na formulação de políticas globais e referir a
um sistema de valores e ética centrado na natureza para incorporar as políticas públicas.
A resolução sobre desenvolvimento sustentável na qual o bem-estar ecológico não é
considerado secundário, mas sim igual ao bem-estar humano é a base na qual os princípios
do desenvolvimento sustentável precisam ser reformulados.
Em outras palavras, o novo protocolo mundial sobre desenvolvimento sustentável deveria
providenciar um papel universalmente aceitado que mobilizasse maior suporte político, legal
e corporativo para transformar o protocolo em leis executáveis para considerações
ecológicas na formulação de políticas.
Este documento tem defendido um repensar radical e uma ação mais preocupada e
vigorosa na parte de fóruns de desenvolvimento sustentável e, portanto recomenda que uma
nova resolução global sobre desenvolvimento sustentável deve ser passada com base na
sua reinterpretação, que muda a conotação de “necessidade de gerações” de apenas as
necessidades de gerações humanas para incluir outras formas de vida e a realização de que
a 'natureza importa em si mesma'(Horsthemke, 2009, p. 22).
Essa definição holística de desenvolvimento sustentável que incluis os conceitos de ética
socioecológica e responsabilidade ecológica, como Lambacher (2007) observa, pode
conceder legitimidade política à conservação da biodiversidade e um contexto político no
qual justiça ecológica e social podem coexistir.
Os trade-offs (ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter
outro bem ou serviço distinto), entre objetivos sociais, econômicos e ambientais são
complexos; portanto decisões em níveis nacional e local devem refletir as implicações, as
consequências e superá-los. Portanto, a mudança requer uma reexaminação da arena
política pública na qual comércio, indústria e outras políticas econômicas que serão
buscadas para trazer maior responsabilidade e foco na justiça socioecológica. Medidas
abrangentes que incorporem governança corporativa, conduta de negócios e reformas
institucionais, serão exigidas.
Por último, a nova postura global em matéria de desenvolvimento sustentável só terá uma
importância política e sustentável quando aprovado e aceito a nível internacional e é
alargado a nível nacional e local, com mudança de paradigma da avaliação moral de apenas
seres humanos para um sistema de valores morais interespécies é essencial para alcançar
a justiça socioecológica.
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Reinterpretação da definição de desenvolvimento sustentável

  • 1. REINTERPRETAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O presente artigo tem por objetivo um pedido de revisão das soluções globais e uma estrutura para o desenvolvimento sustentável baseado em uma reinterpretação que reconheça a interdependência dos humanos com o resto da ecosfera, examinando as limitações na conceitualização contemporânea antropocêntrica do desenvolvimento sustentável por meio de uma ética utilitária e argumentos que favoreçam uma reinterpretação mais ecocêntrica, que incorpora o reconhecimento dos valores socioecológicos, criado pela World Comission in the Environment and Development, que introduziu o conceito no centro global. E este vem sendo usado nas últimas três décadas. A interpretação do termo desenvolvimento sustentável que foi colocado progressivamente no relatório da WCED Brundtland em 1987 como, “desenvolvimento que satisfaça as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades “, foi uma manobra política e que foi deixada como uma definição ambígua para ganhar aceitação e concordância generalizada, qualquer que seja a interpretação de cada país e, que a imprecisão do termo permite um foco no desenvolvimento econômico enquanto finge se tratar de sustentabilidade. Assim sendo a questão do desenvolvimento sustentável precisa ser discutida em níveis éticos e científicos se sustentabilidade é adequar necessidade humanas sem privar os ecossistemas de sua saúde. A sociedade global contemporânea clama por uma reconstrução das palavras-chaves “sustentável”, “desenvolvimento”, “gerações” e “necessidades” e reinterpretação da terminologia no cenário atual de rápidas mudanças no meio ambiente global, que endosse a inclusão de ética socioecológica na definição de valores, promovendo uma perspectiva mais holística e econcêntrica e uma base ética logicamente coerente para o termo desenvolvimento sustentável, o qual, se reconhecido e adotado, poderia influenciar como questões ambientais são percebidas, como decisões políticas e administrativas são tomadas e como as ações são propostas. O artigo é organizado em seis seções: A primeira seção revisa a natureza controversa da definição de desenvolvimento sustentável. A segunda expõe as inadequações éticas na definição de desenvolvimento sustentável e faz alusão à sua preferência linear em detrimento da perspectiva de sistema holístico acerca do desenvolvimento. A terceira justapõe desenvolvimento econômico com o sustentável e provê um argumento de que a utilização de recurso não sustentável não pode ser considerada como desenvolvimento sustentável. A quarta e quinta seções propõem um paradigma pautado em como o conceito de desenvolvimento sustentável é compreendido e
  • 2. tenta prover uma reinterpretação da terminologia da definição de ética, necessidades e perspectivas sistêmicas. A sexta seção, a conclusão, recapitula a necessidade para o levantamento de um paradigma na conceitualização global de desenvolvimento sustentável e endossa um movimento direcionado a uma abordagem mais holística e integrada ao desenvolvimento sustentável. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UM CONCEITO EQUIVOCADO Apesar de novas definições terem surgido, as quais enfatizam as dimensões sociais, ambientais e econômicas de sustentabilidade, ainda restou um conceito equivocado. Para Barkemeyer e outros notam que algumas destas definições são “mutualmente exclusivas”. Semelhantemente, Hopwood e Redclift indicam que um número de diferentes significados e discursos tenham surgido desde que o termo foi primeiramente conceitualizado em 1987. Com o debate em curso sobre o tema é mais acerca das ciências econômicas, ecológicas ou sociais, aquele ainda é considerado bastante antropocêntrico na natureza porque envolve as necessidades socioeconômicas dos humanos na utilização de recursos naturais que inclui outros seres vivos. Bond e Saunders argumentam que desenvolvimento sustentável tem sido destituído de direitos por meio das diferentes interpretações de sustentabilidade, que leva a um foco nas saídas socioeconômicas no gasto do meio ambiente e, portanto, serve para promover perspectivas econômicas dominantes acima da sustentabilidade mais ampla e preocupações ambientais, como por exemplo, produtos domésticos brutos, análise de custo- benefício e IDH, indicadores chaves para se medir o desenvolvimento sustentável, têm uma orientação social e econômica fortes. Para ecocêntricos, é primordial proteger a saúde do ecossistema. Para os antropocêntricos é a adequação das necessidades humana de forma mais eficiente; e para os economistas significa manter um curso estável da economia. Bordieu afirma que palavras, em grande medida, fazem as coisas e, mudando as palavras, podemos mudar as coisas. Luke (2005) observa que a definição precisa reconsiderar muito mais criticamente "sustentabilidade" e "desenvolvimento" como metas para guiar a criação de uma economia política verdadeiramente ambientalmente saudável.
  • 3. Globalmente, a palavra "desenvolvimento" no desenvolvimento sustentável indica distintamente o desenvolvimento económico e empresarial, que depende fortemente da tecnologia e da indústria (Carvalho, 2001; Gasparatos et al., 2009). Seghezzo (2009) argumenta que a definição da WCED superestima o poder explicativo do raciocínio econômico em detrimento de outros aspectos fundamentais do desenvolvimento. Da mesma forma, de acordo com Robinson (2004), uma preocupação particular é a maneira pela qual o lado do desenvolvimento do argumento do desenvolvimento sustentável está sendo equiparado ao crescimento econômico. O termo "sustentável", por outro lado, tem sua origem na ciência ecológica. Ele exprime as condições que os ecossistemas necessitam para se sustentar à longo prazo. (Holden e Linnerud, 2007). Buchdahl e Raper (1998) argumentam que o real significado da sustentabilidade enfatiza a importância da "economia da natureza" como economias primordialmente sociais e de mercado criadas pelos seres humanos, que são dependentes da natureza, como secundárias. Socialmente na interpretação contemporânea da definição de desenvolvimento sustentável por causa de sua ênfase nas gerações humanas, o conceito de desenvolvimento sustentável marginaliza a natureza e o ambiente em detrimento do crescimento econômico e do desenvolvimento humano. (Robinson, 2004). Também adota uma abordagem mais incremental voltada para ganhos de eficiência e melhoria da tecnologia (Gasparatos et al., 2009; Robinson, 2004). Embora mostre vínculos entre meio ambiente e desenvolvimento e defende a integração da complexa questão da deterioração ambiental com a questão igualmente complexa do desenvolvimento humano, falta de precisão de definição pode confundir os debates políticos e acadêmicos em torno do termo (Robinson, 2004). Argumenta-se que o desenvolvimento sustentável, tal como interpretado e praticado na sociedade contemporânea, é como Luke (2005) afirma não sustentável nem desenvolvido. Tal discurso exige uma interpretação que desconstrói o conceito de sustentabilidade e desenvolvimento de uma tecnociência contemporânea e de um discurso cívico que serve as exigências sistêmicas de política e ganhos materiais, econômicos para aquele que considera o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental como mutuamente reforçadores (Sumudu , 2002).
  • 4. ÉTICAS E SISTÊMICAS FLUVIAIS NA INTERPRETAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Existe agora um consenso geral entre cientistas e especialistas em meio ambiente de que a conservação ambiental é uma questão ética importante para a sustentabilidade e que nossa orientação para a natureza precisa assumir uma postura ética mais abrangente e holística (De Paula e Cavalcanti, 2000; Ehrlich, 2002). A definição clássica de desenvolvimento sustentável, ao colocar implicitamente a ênfase no atendimento das necessidades (sociais, econômicas e ambientais) das gerações "humanas" presentes sem comprometer a capacidade das futuras gerações "humanas" de atender às suas próprias necessidades (WCED, 1987) ignora as necessidades atuais da natureza e do ambiente, portanto, é crucial reexaminar a sua definição de forma mais crítica, a partir da qual conceitos variados podem ser construídos e reconstruídos. Além disso, o antropocentrismo do desenvolvimento sustentável está refletido no Relatório Brundtland da WCED em sua declaração de que "as espécies e ecossistemas devem ser preservados porque têm um" valor econômico "considerado crucial para o desenvolvimento e, importante para o bem-estar humano", para satisfazer as necessidades materiais humanas numa corrida pelo poder e pela supremacia. Ecólogos profundos com uma forte postura ética ambiental rejeitam o próprio conceito de desenvolvimento sustentável, pois prioriza as necessidades dos seres humanos ao longo do resto da vida (Giddings et al., 2002). Porém, na sua forma atual, a ética ecológica não faz parte da definição de desenvolvimento sustentável, pois a ênfase está no bem-estar e no desenvolvimento humano, com ênfase marcada na ética social. Vucetich e Nelson (2010, p.2) argumentam que "sem desenvolver a dimensão ética da sustentabilidade, nem sequer saberemos o que significa sustentabilidade". Essa postura ética limitada é claramente refletida no Triple Bottom Line Approach, que se baseia na responsabilidade ética "social". Em nenhuma parte menciona responsabilidade ecológica, ambiental. A razão é bastante evidente: o Ethos do Triple Bottom Line Approach, é o que diferencia uma empresa que adota critérios de sustentabilidade no modelo de gestão das que dizem que o fazem, mas deslizam na superficialidade. As externalidades ecológicas, tais como a poluição, os danos à biodiversidade e a perda do polo genético, que são os resultados do chamado crescimento econômico sustentável, não são contabilizadas no desenvolvimento econômico sustentável (Giddings et al., 2002). É por isso que, apesar da adoção de agendas de desenvolvimento sustentável pelo setor corporativo, governos, agências internacionais e reformadores sociais e ambientais e a retórica do desenvolvimento sustentável nos meios políticos, econômicos e tecnológicos, os avanços na degradação ambiental têm um ritmo relativamente elevado. E em grande parte o
  • 5. resultado de emissões de gases de efeito estufa que são impulsionadas por padrões de desenvolvimento socioeconômica caracterizadas pelo crescimento econômico, tecnologia, população e governança '. A sustentabilidade tem que ir além das origens antropocêntricas do desenvolvimento sustentável para chegar a uma teoria ecocêntrica não diferente da ética da administração (Sarvestani e Shahvali, 2008). O desenvolvimento sustentável tem de ser revisto como uma abordagem holística à luz dos códigos éticos que atribuem valores morais aos seres humanos e não humanos. O desenvolvimento sustentável, de acordo com Sarvestani e Shahvali (2008, p.614), requer "uma forma não-antropocêntrica do pós-modernismo, não dissolvendo as barreiras dualistas que separam a humanidade da natureza, mas dissolvendo a humanidade e a natureza para redescobrir a Unidade da humanidade e de todas as criações ". O progresso positivo em direção à sustentabilidade vai além da eficiência econômica para incluir considerações de equidade e leva em consideração a consciência recente das economias, sociedades e ecossistemas como um sistema adaptativo complexo não pode ser totalmente capturada através de uma única perspectiva (Gasparatos et al., 2009). Sendo assim, o progresso em direção ao desenvolvimento sustentável não será possível sem compreender a importância das inter-relações destacada na literatura de sustentabilidade (Gibson et al., 2005, Pope et al., 2004). Pelo contrário, o desenvolvimento sustentável, inclinado para um sistema socioeconômico centrado no ser humano, desconsidera a interação entre escalas (Folke et al., 2005), onde os interesses sociais e econômicos são considerados primários, enquanto a ideia de economia da natureza é reduzida ao consumo de recursos e à conservação (Buchdahl e Raper, 1998). O desenvolvimento sustentável, portanto, precisa incorporar a perspectiva ecológica na política econômica e na tomada de decisões. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL É APENAS UM DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO OU É O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO QUE PROMOVE A SUSTENTABILIDADE SÓCIO-ECOLÓGICA? Segundo o Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, 2010), o maior desafio do desenvolvimento é que os modelos econômicos existentes não podem ser sustentados, já que o desenvolvimento econômico já ameaçou os serviços dos ecossistemas, como o ciclismo natural de água doce, carbono e nitrogênio, Da qual depende a prosperidade e a sobrevivência dos ecossistemas. Um exemplo clássico da posição de "valor extraviado" (Lambacher, 2007) na interpretação atual do desenvolvimento sustentável é a agenda politizada de comércio de carbono que
  • 6. paga aos países menos desenvolvidos para proteger as florestas em uma tentativa de reverter a mudança climática. A pobreza no contexto do desenvolvimento sustentável deve ser percebida como de natureza multidimensional, que abrange tanto a pobreza humana como os ecossistemas empobrecidos. O equívoco de que as regulamentações ambientais tendem a inibir o crescimento econômico e, por conseguinte, o crescimento econômico se opõe à proteção do ambiente polarizou e reduziu o debate sobre sustentabilidade. Baseado em um modelo simples de dados de emissões, Cordero et al. (2005) concluem que a proteção ambiental e o crescimento econômico não são incompatíveis, mas para enfrentá- los não é fácil e, a adoção de políticas para limitar as emissões poluentes e adotar tecnologias alternativas livres de poluição e limitar o consumo de recursos requer incentivos e regulamentações que promovam o uso de tecnologias renováveis. A reavaliação e a inovação são também necessárias nas instituições de governação e nos fóruns mundiais, pois a ausência de regras internacionais no mercado econômico global que inibem assegurar margens adequadas de emissões poluentes e consumo de recursos tanto no mundo desenvolvido quanto no mundo em desenvolvimento (Cordero et al., 2005). Portanto, uma versão alternativa do desenvolvimento econômico sustentável que é a causa de todas as questões de sustentabilidade é muito mais promissor para o bem-estar social e ecológico e ambiental. Em tais circunstâncias, é ainda mais necessária a reinterpretação do desenvolvimento sustentável que, de acordo com Ingwe et al (2010, p. 005), defende a "prática do" igualitarismo biosférico ", uma filosofia que promove a igualdade do valor intrínseco Para ambos os componentes do ecossistema: humano e não humano '. Pederson (2009) refere-se ao conceito de "economia de crescimento ecológico". Ele sugere que o mundo terá que mudar de uma economia de consumo de massa para a economia de crescimento ecológico, porque é uma nova realidade emergente e uma pré-condição para a continuação do progresso humano e a sobrevivência de milhões de outras espécies na Terra. A reestruturação de regras e incentivos incorporados em sistemas econômicos nacionais e internacionais e ações mais concertadas e enérgicas de líderes internacionais em fóruns como o G-8, o G-20 e as Nações Unidas. RODAPÉ Como ressalta um dos revisores desta revista “Os compromissos de política internacional na Europa e no Reino Unido são na verdade impulsionadas por concentrações absolutas de CO2 na atmosfera, o que levou o UK Climate Change Committee (2009) a sugerir que o crescimento da aviação no Reino Unido deveria ser limitado a apenas 60% até 2050 se as metas nacionais de CO2 não forem comprometidas”.
  • 7. REINTERPRETANDO A DEFINIÇÃO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Este artigo não pretende impor qualquer rigor de definição ao desenvolvimento sustentável, mas a reinterpretação proporcionará um novo significado ao desenvolvimento sustentável que promove um novo conjunto de ética, um novo conjunto de valores e novas formas de se relacionar com o mundo natural. Esta nova perspectiva com uma forte ética ecológica poderia dar um contributo positivo significativo para a vida e os processos naturais que orientam a vida na Terra. A intenção é trazer uma mudança positiva no sentido do desenvolvimento sustentável. Isso só é possível se o desenvolvimento sustentável, além dos valores centrados no ser humano, incorporar a ética ecológica amplamente negligenciada no sentido mais pleno e mais profundo e refletir na sua interpretação. Nessa visão reinterpretada do desenvolvimento sustentável, como afirma Curry (2006, p.1), as questões éticas não podem mais ser restritas a "como tratar seres humanos ou mesmo animais, mas devem abraçar todo o mundo natural". Segundo Curry (2006, p.1) "tal ideia não é nova, mas a ideia de levá-la a sério é nova". A reinterpretação do desenvolvimento sustentável, portanto, deve incorporar a natureza e o meio ambiente como sujeitos e não vê-los como objetos, o que faz na sua interpretação atual. Lidar com as mudanças dos recursos e dos ecossistemas e determinar as ligações sociais e ecológicas, numa estrutura que forneça informações importantes sobre respostas sociais essenciais às mudanças nos sistemas ecológicos e auxilie na concepção de sistemas de gestão de recursos mais sustentáveis (Berkes et al., 2000). Adaptabilidade e flexibilidade podem ser construídas nas instituições para que elas sejam capazes de responder aos processos que contribuem para a resiliência dos ecossistemas. Esse quadro mental requer uma pesquisa e uma política interdisciplinares colaborativas que possam melhorar a gestão e construir a resiliência em sistemas socioecológicos interdependentes. A versão reinterpretada do desenvolvimento sustentável deve abordar a ecosfera como um todo. Como afirma Morrison-Saunders (2008), deve, portanto, fazer uma transição de uma civilização puramente industrial para uma mais ecológica. Holden e Linnerud (2007) mencionam os três objetivos legítimos derivados do desenvolvimento sustentável como (I) salvaguardando a sustentabilidade ecológica de longo prazo, (II) satisfazendo as necessidades humanas básicas, e (III) promovendo a equidade intergeracional e intrageneracional.
  • 8. Embora os dois últimos objetivos estejam claramente refletidos na definição que o primeiro objetivo tende a ser completamente ignorado na forma como ele é presentemente interpretado. A equidade intergeracional e intrageneracional no desenvolvimento sustentável exige que as populações humanas presentes e futuras tenham uma parcela igual da capacidade biológica total da Terra (Holden e linnerud, 2007). Determinar nossas escolhas comportamentais e interação com o meio ambiente e moldar os campos de ações e decisões que são integrados na visão de um habitat compartilhado, incluindo outras espécies na definição e satisfazer as necessidades básicas de todas as espécies deve constituir a pré-condição necessária para o desenvolvimento sustentável. A definição atual de desenvolvimento sustentável é em grande parte incapaz de motivar efetivamente o desenvolvimento sustentável ou trazer uma mudança nas atitudes das pessoas e instituições para com a sustentabilidade (Jamieson, 1998; Thompson, 2007). Caracterizar e identificar esta nova versão da sustentabilidade motivará efetivamente ações sustentáveis. Como observam Vucetich e Nelson (2010), uma vez que os "objetivos finais" apropriados do desenvolvimento sustentável são determinados e ativados (no nível global), estes impulsionarão as motivações para buscar os meios para alcançar o desenvolvimento sustentável. Para concretizar o conceito reinterpretado de desenvolvimento sustentável, seria necessário que intervenções internacionais, como a WCED e a WBCSD, revistassem e revisassem o conceito de desenvolvimento sustentável e reformulassem estratégias de desenvolvimento, leis-quadro e diretrizes baseadas em "ética socioecológica" e "ecologia socioeconômica" responsabilidade corporativa "que efetivamente incorporem valores, custos e leis ambientais apropriadas nas tomadas de decisões econômicas. Tal agenda internacional permitirá pesquisas e práticas inovadoras, que são urgentemente necessárias para avançar para o desenvolvimento econômico ecologicamente e ambientalmente sustentável. Esta nova visão de desenvolvimento sustentável que endossa a "sustentabilidade forte" pode desempenhar um papel crucial na resolução de desafios ambientais e de recursos, com os quadros políticos revistos alterados à luz da nova visão podem permitir o desenvolvimento de novas tecnologias e modelos de negócio que integrem os sistemas sociais e ecológicos para satisfazer as necessidades humanas e a saúde dos ecossistemas. CONCLUSÃO Na base da necessidade emergente e crescente por uma transição rápida na política global sobre desenvolvimento sustentável, o artigo recomenda que os fóruns internacionais sobre
  • 9. desenvolvimento sustentável mudem a postura sobre desenvolvimento sustentável de uma antropocêntrica para uma postura ecocêntrica na formulação de políticas globais e referir a um sistema de valores e ética centrado na natureza para incorporar as políticas públicas. A resolução sobre desenvolvimento sustentável na qual o bem-estar ecológico não é considerado secundário, mas sim igual ao bem-estar humano é a base na qual os princípios do desenvolvimento sustentável precisam ser reformulados. Em outras palavras, o novo protocolo mundial sobre desenvolvimento sustentável deveria providenciar um papel universalmente aceitado que mobilizasse maior suporte político, legal e corporativo para transformar o protocolo em leis executáveis para considerações ecológicas na formulação de políticas. Este documento tem defendido um repensar radical e uma ação mais preocupada e vigorosa na parte de fóruns de desenvolvimento sustentável e, portanto recomenda que uma nova resolução global sobre desenvolvimento sustentável deve ser passada com base na sua reinterpretação, que muda a conotação de “necessidade de gerações” de apenas as necessidades de gerações humanas para incluir outras formas de vida e a realização de que a 'natureza importa em si mesma'(Horsthemke, 2009, p. 22). Essa definição holística de desenvolvimento sustentável que incluis os conceitos de ética socioecológica e responsabilidade ecológica, como Lambacher (2007) observa, pode conceder legitimidade política à conservação da biodiversidade e um contexto político no qual justiça ecológica e social podem coexistir. Os trade-offs (ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto), entre objetivos sociais, econômicos e ambientais são complexos; portanto decisões em níveis nacional e local devem refletir as implicações, as consequências e superá-los. Portanto, a mudança requer uma reexaminação da arena política pública na qual comércio, indústria e outras políticas econômicas que serão buscadas para trazer maior responsabilidade e foco na justiça socioecológica. Medidas abrangentes que incorporem governança corporativa, conduta de negócios e reformas institucionais, serão exigidas. Por último, a nova postura global em matéria de desenvolvimento sustentável só terá uma importância política e sustentável quando aprovado e aceito a nível internacional e é alargado a nível nacional e local, com mudança de paradigma da avaliação moral de apenas seres humanos para um sistema de valores morais interespécies é essencial para alcançar a justiça socioecológica.