Este documento discute a importância da comunicação nos cuidados intensivos. A comunicação é essencial entre a equipa, os pacientes e as famílias, mas é frequentemente deficiente nestas unidades devido à complexidade do ambiente e dos cuidados. A melhoria da comunicação pode melhorar a qualidade dos cuidados e reduzir o stresse nos pacientes e famílias.
1. curso de cuidados intensivos:
comunicação
Porto @ 02.2017
Abílio Cardoso Teixeira
Mestre Ciências da Enfermagem | Vogal de Enfermagem da APNEP | Enfermeiro no SCI1 do CHP-HSA
Coordenador do Grupo de Trabalho de Enfermagem da APNEP | Coordenador do Grupo de Trabalho “Prática Baseada na Evidência” do SCI1
12. comunicação
unidades fechadas e separadas, fisica e
funcionalmente das outras áreas do
hospital
ambiente especializado devido ao
crescente uso de tecnologia
(Pereira, Germano & Câmara, 2014)
13. comunicação
cuidado “direto” ao doente, assim como
a manipulação de equipamentos,
instrumentos, luzes, sensores e alarmes,
entre outros
(Pereira, Germano & Câmara, 2014)
complexa e mecanizada
técnica sobrepõe-se aos aspectos
interacionais
(Rezende, Costa, Martins & Costa, 2014)
14. comunicação
Procedimentos são realizados conforme a
necessidade do serviço e prevalece o
desejo dos profissionais em definir qual o
melhor momento
(Santana, Dutra, Silva, Rodrigues, & Nunes, 2011)
15. comunicação
Communication ability may be further impaired during critical
illness by sedation, fatigue, delirium, or neurological
disease
Happ et al., 2011
18. com o cliente
fator chave em cuidados intensivos: no entanto, é o menos
conseguido
Melhoria pode melhorar a qualidade dos cuidados
(Pereira, Germano, & Câmara, 2014; Davidson, 2009: Manojlovich, Antonakos & Ronis, 2009; Boyle, Miller, Forbes-
Thompson, 2005)
19. com o cliente
Má comunicação:
stresse e insatisfação nos profissionais e negligência nos clientes
(Boyle, Miller, Forbes-Thompson, 2005)
20. com o cliente
Doente internado na UCI: dificuldade em comunicar
verbalmente
(Engstrom, Nystrom, Sundelin, & Rattray, 2013)
21. com o cliente
Linguagem: sinais, mímica, escrita
(Engstrom, Nystrom, Sundelin, & Rattray, 2013)
“… piscar dos olhos, do aperto de mão, do aumento da frequência
cardíaca, de o expressar labial e da escrita”
(Santana et al., 2011, p. 1913)
26. com o cliente
Fala prejudicada e dificuldades
na comunicação: sentimento de
vulnerabilidade e impotência
(Engstron, Nystron, Sundelin & Rattray, 2012; Santana
et al., 2011)
29. com o cliente
“ I am all dirty”
“The volume of TV is very loud”
“they used to joke”
“it was hard to sleep in the ICU. It was 4 a.m., 3 a.m., and then a
men came to collect blood”
“the professionals are desperate to do the work, and then you
cannot ask for much time”
(Pereira, Germano & Câmara, 2014)
30. com o cliente
“not being able to talk was horrid”
“that was the worst, not being able to talk”
“I think my concern was that I wasn’t able to call anybody to help”
(Guttormson, Bremer & Jones, 2015)
31. com o cliente
“they had tied my arms to the bed (…) It was like a prison very
scary”
“When I went to talk. . .I just couldn’t talk. And I thought, ‘what’s
happened to my throat,’ like it is like someone’s taken your voice off
you. And that was the frightening part because I couldn’t relate to
anybody. When I went to write, I couldn’t my hands were too weak I
could only scribble…”
(Tembo, Higgins, & Parker, 2015)
37. com o cliente
Dor: mais comum sintoma experienciado pelos doentes em UCI
Agitação: pode precipitar acidentes (remoção do tubo endotraqueal ou
catéteres)
Delirium: aumenta mortalidade em adultos internados em UCI, aumenta o
tempo de internamento na UCI e no hospital
(Barr et al., 2013)
Incidência de delirium: 45% to 87%
(Cavallazzi, Saad, & Marik, 2012)
Incidência de delirium: 20% - 50% (menor severidade) e 60% - 80%
(doentes ventilados com score APACHE > 25)
(ICUDelirium, 2014)
42. com o cliente
Familiares procuram:
informação
comunicação aberta e honesta
apoio
(Wonga, Liamputtongb, Kochc, & Rawsond, 2015)
43. com o cliente
Familiares:
não recebem orientações da enfermagem sobre o ambiente e
estado de saúde do paciente
não disponibiliza tempo para interagir durante as visitas.
(Rezende, Costa, Martins & Costa, 2014)
44. com o cliente
“Às vezes eu tenho dúvida que elas escondem alguma coisa de
mim”
“apenas afirmam que está grave, é como se escondessem algo”
(Rezende, Costa, Martins & Costa, 2014)
45. com o cliente
“Parece que não querem falar com a gente, se distanciam, se
afastam, acho que para as enfermeiras é mais trabalhoso ter que vir
até nós.”
“A gente chega aí elas são tão duras, só fica pra lá e pra cá, não dão
nem um bom dia a pessoa [...] às vezes fico até com medo de falar e
ela nem responder.”
(Rezende, Costa, Martins & Costa, 2014)
46. com o cliente
“Quando não entendo sou bem sincera, digo que fale o português
rasteiro, não em termos científicos.”
(Rezende, Costa, Martins & Costa, 2014)
48. na equipa
Comunicação com o doente e família é mais eficaz numa
abordagem interdisciplinar.
(Krimshtein, Luhrs, Puntillo, Cortez, Livote, et al., 2011)
49. na equipa
É dever do Enfermeiro comunicar os objetivos de tratamento/
cuidado
(Krimshtein, Luhrs, Puntillo, Cortez, Livote, et al., 2011; Manojlovich, Antonakos & Ronis, 2009)
50. na equipa
No ambiente de UCI (fechado, complexo, dinâmico): requer uma
efetiva comunicação e colaboração interprofissional
(Camelo & Chaves, 2013; Rose, 2011)
51. na equipa
Barreiras à colaboração interprofissional:
problemas nas dinâmicas de poder, pobres padrões de
comunicação, falta de compreensão dos papeis e
responsabilidades (violações das fronteiras) e conflitos devidos a
diferentes abordagens do plano de cuidados/ tratamento(s)
(Rose., 2011)
52. na equipa
Relação entre comunicação e:
Pneumonia associada à ventilação
Presença de úlcera de pressão
(Boev & Xia, 2015; Manojlovich et al., 2009)
53.
54.
55. na equipa
grau de experiência condiz de diferentes percepções e atitudes
sobre comunicação
(Rose, 2011)
57. na equipa
Equipa
Doente
Família
Sentimento de pânico: se estado de saúde não é reportado em
tempo útil
Conforto: quando recebem relatórios sobre o seu familiar
(Riley, White, Graham, & Alexandrov, 2014)
58. na equipa
Equipa
Doente
Família
Ajuda a partilhar as experiências, sentimentos, estimula a presença
e promove o envolvimento
(Gangi, Naretto, Cravero & Livigni, 2013)