O documento descreve o movimento artístico Romantismo no contexto da Revolução Francesa e da ascensão do liberalismo na Europa. Apresenta as características do Romantismo como uma vertente subjetiva e exagerada em contraste com o Neoclassicismo. Ilustra essas características com exemplos das pinturas de Géricault, Delacroix, Goya, Constable e Turner.
2. Contexto histórico
Logo após a Revolução Francesa o
ambiente intelectual e político estava
em grande ebulição na Europa. Surgia o
liberalismo político, o inconformismo
social e a rejeição às regras e
convenções artísticas. As ideias liberais,
nacionalistas e o socialismo utópico
orientavam a ação dos movimentos
políticos e sociais.
Nesse contexto surgiu o movimento
artístico e cultural que recebeu o nome
de Romantismo.
Queda da Bastilha em 1789,
marco da Revolução Francesa
3. IDEAIS DO ROMANTISMO
Os protagonistas desse movimento são ecléticos no que
tange à estética, conceitos musicais e temas que
desenvolvem.
Não apresentam, enfim, uma linha unificada de ação.
Mas certamente apresentavam um comportamento bem
divergente do Neoclassicismo que almejava o retorno dos
ideais clássicos na arte: equilíbrio, perfeição e simetria.
Os românticos seguiam uma vertente mais subjetiva,
exagerada em todas as formas de expressão.
4. Esse exagero fica evidente nessa pintura de Théodore Géricault intitulada A Balsa da Medusa (1818-
1819). A pintura representa o afundamento da fragata Medusa, que encalhou em um banco de areia
ao largo da costa da atual Mauritânia, em 02 de julho de 1816 matando mais de 100 pessoas.
Gericault não estava presente no naufrágio, mas tentou imaginar todo o sofrimento daquelas
pessoas morrendo de fome e de sede empilhadas umas sobre as outras tentando sobreviver e
representou isso por meio desse pintura dramática de quase 5 metros de altura.
Uma pequena
mancha
representa a
silhueta do barco
Argus que por
fim salvaria 15
sobreviventes. A
figura central na
tela apontando
para o oceano
indica que a
ainda há
esperança!
5.
6. NEOCLASSICISMO
Se compararmos as duas pinturas percebemos que ambos os estilos são relativamente dramáticos
e representam um evento histórico verídico. No entanto, na pintura neoclássica o evento é
antigo, da época da Roma Antiga, enquanto que na pintura romântica o fato é bem recente.
ROMANTISMO
A intervenção das Sabinas, Jacques-Louis David, 1799 A Balsa da Medusa, Théodore Géricault, 818-1819
7. PINTURA ROMÂNTICA
Como vimos, a dramaticidade é um recurso muito utilizado
na pintura romântica. Para tanto, assim como os barrocos
fizeram no passado, os românticos vão utilizar os
recursos visuais para deixar a pintura mais emotiva:
forte contraste de luzes e sombras, movimento
proporcionado pelo uso de linhas curvas e diagonais e
configurações assimétricas e desequilibradas deixando a
cena mais dinâmica e, portanto, realista.
8. Na pintura de Géricault todos esses elementos estão presentes evidenciados por dois grandes
triângulos no centro da imagem. O triângulo é a forma da perfeição, do equilíbrio, mas do jeito
como é utilizado aqui, sobrepostos e irregulares, a imagem fica desequilibrada e assimétrica
dando esse efeito de algo em constante movimento, como se estivesse caindo, se
desmanchando.
A pirâmide da
direita
também é
chamada de
“pirâmide da
esperança”
pois, mesmo
a sua base
cheia de
pessoas
mortas, no
topo vemos os
sobreviventes
buscando
ajuda e
tentando se
erguer sobre
os demais.
9. NEOCLASSICISMO
Novamente, ao compararmos os estilos notamos que os três portais na pintura neoclássica dividem a
obra em três espaços iguais deixando a composição mais equilibrada e proporcional. Já na pintura
romântica não existe esse tipo de enquadramento dos personagens que estão, à primeira vista,
dispostos livremente.
ROMANTISMO
O julgamento dos Horácios, Jacques-Louis David, 1784
10. A dramaticidade da pintura de Géricault também é alcançada por meio do contraste entre partes
claras e partes escuras. Nesse detalhe abaixo o artista conseguiu destacar os ossos , os
músculos e as vestes desse homem moribundo utilizando o recurso da luz e da sombra. Note
na coxa esquerda uma linha dividindo a parte iluminada da parte não iluminada. São recursos
aparentemente simples que deixam a obra ainda mais dramática e emotiva!
Para deixar
a pintura
ainda mais
realista o
artista
visitou
hospitais
para fazer
retratos de
doentes
agonizantes
e chegou a
levar uma
cabeça para
casa.
11. NEOCLASSICISMO
A arte neoclássica também utilizou bastante esse recurso visual da luz e da sombra, mas para
valorizar a beleza e não os sentimentos. Note como a pele da modelo é delicada e aveludada,
essa era uma característica clássica muito desejada. Na pintura romântica eles diluem essa
sombra deixando a figura humana muito mais realista e menos artificial, ou seja, mais
dramática.É quase como se comparássemos uma pintura renascentista de uma pintura barroca,
percebe isso?
ROMANTISMO
12. ARTISTAS ROMÂNTICOS
Agora que conhecemos as características da pintura romântica na obra
de Théodore Géricault, tente identificar essas características agora em
outras obras de outros artistas desse período.
13. EUGÉNE DELACROIX
A liberdade guiando o povo,
de 1830, representa uma visão
romântica da Revolução
Francesa que ocorreu em
julho do mesmo ano.
Delacroix não participou da
revolução mas a retratou por
meio de símbolos que
homenageiam os que lutaram
pelos ideias revolucionários: a
bandeira com os 3 ideais
revolucionários, a mulher nua
guiando a massa rumo a
liberdade representando os
camponeses, o homem de
cartola representando a
burguesia e os soldados
mortos representando a
monarquia.
14.
15. FRANCISCO GOYA Y LUCIENTES
Fuzilamento de 3 de
maio de 1808 é uma das
obras mais famosas do
espanhol Goya. A obra
retrata a resistência de
civis espanhóis à invasão
de Napoleão, que ocorreu
durante a Guerra
Peninsular (1807–1814).
Nesse dia morreram mais
de 5 mil cidadãos de
Madrid.
16.
17. JOHN CONSTABLE
Carroça de Feno, de
1821 mostra a vida rural
do interior da Inglaterra.
Constable, que era inglês,
não se envolveu em
revoluções armadas.
Mesmo assim o artista
revolucionou a pintura de
paisagem por causa do
seu tratamento com a luz
que transmite maior
sentimentalismo à suas
cenas idílicas.
18.
19. WILLIAM TURNER
Diferente de Constable,
Turner, que também era
inglês, queria utilizar a luz
para representar um
mundo fantástico,
impressionante e
dramático, fruto da
revolução industrial. Todo
esse drama é expresso em
Chuva, vapor e velocidade
– o Grande Caminho do
Oeste, de 1844, onde um
trem em alta velocidade,
símbolo das
transformações
tecnológicas, atravessa
uma nuvem de fumaça
sobre uma ponte como um
vislumbre do futuro .
20.
21. BIBLIOGRAFIA
Estudo Dirigido de Artes: Ensino Médio: volume
único/ Borges e Ribeiro. Brasília, DF:Editora do
Centro, 2011.
Arte em detalhes/Robert Cummings; tradução
Maria de Anunciação Rodrigues- São Paulo:
Publifolha, 2010