2.
Contextualização Histórica
Ao estudar a história da Arte é essencial entender primeiro o que estava acontecendo naquele
período e, depois, entender de que maneira esses acontecimentos influenciaram a arte produzida.
3.
O nome Idade Média indica que esse foi um período intermediário entre a Antiguidade e a Era Moderna.
Esse período tem início logo após o declínio do Império Romano. Dois fatores contribuíram para isso:
As invasões bárbaras: os bárbaros eram povos germânicos que habitavam as fronteiras romanas mas não eram
considerados romanos nem falavam o latim. Após várias guerras civis eles conseguiram dominar grande parte das
cidades romanas. Os principais povos eram os visigodos, ostrogodos, anglo-saxões, francos, suevos e turíngios.
Difusão do Cristianismo: em meio a tanta desordem econômica e social, a Igreja foi a única instituição que
conseguiu se manter firme. Dessa forma, passou a exercer importante papel em diversos setores da vida medieval,
servindo como instrumento de unificação, diante da fragmentação política da sociedade feudal.
O que foi a Idade Média?
4. Com medo das invasões bárbaras a população migrou para o campo,
formando, assim, as vilas feudais, cujo poder centrava-se nas mãos
do senhor feudal. Nesse sistema de governo a agricultura era a
atividade principal e os camponeses prestavam seus serviços ao
senhor feudal que, em troca, oferecia a proteção e segurança tão
desejadas. A sociedade era estamental (divida em classes sem
possibilidade de ascensão):
O clero (a Igreja) detinha o poder maior. Era mantido pela nobreza (senhores
feudais) e prestava serviços religiosos à população. De modo que o teocentrismo
(Deus em primeiro lugar) era a doutrina pregada pela Igreja. Tudo girava em
torno da adoração e à obediência às leis divinas.
O que foi o feudalismo?
5.
Após as invasões bárbaras o Império Romano,
em 395 d.C, foi dividido em:
Império Romano do Ocidente (com capital
em Roma)
Império Romano do Oriente (com capital
em Constantinolpla – atualmente Istambul, na
Turquia)
Como o Império Romano foi
dividido?
6.
A Arte Bizantina corresponde à arte produzida na antiga cidade de Bizâncio (daí o
nome Bizantina), capital do Império Romano do Oriente.
A capital do Império Romano do Oriente foi fundada pelo imperador romano
Constantino e por isso ele mudou o nome da cidade para Constantinopla (atualmente
Istambul, na Turquia).
Então, o que é Arte Bizantina?
7.
Constantino foi o primeiro imperador romano a estabelecer a Igreja Cristã como
um poder do Estado por isso, na arte profana, exalta-se a figura do
imperador, considerado o escolhido por Deus como chefe da igreja.
Já nas representações religiosas desenvolviam-se nas paredes pinturas de
cenas do Novo Testamento.
Quais suas características?
8.
Arquitetura
Como a arte bizantina era inspirada e guiada pela religião, na arquitetura destacam-se os
templos que, na época de Constantino, eram cristãos. Em outras palavras, as igrejas são o
ponto alto da arte bizantina.
9.
A principal inovação arquitetônica foi a construção de
uma enorme cúpula central e outras menores ao seu
redor. A cúpula é a cobertura, o teto da igreja,
também chamada de domo. Tem um formato
semiesférico, ou seja, metade de uma esfera.
Vale lembrar que os romanos que possibilitaram esse
feito ao inventarem os arcos e abóbodas (teto
formado pelo arco) sustentados por pilares (colunas).
Um bom exemplo é o Pantheon, em Roma.
Igrejas bizantinas
10. Mas agora o sucessor de Constantino, o
imperador Justiniano, queria impressionar ainda
mais. Contratou os melhores arquitetos, dez mil
trabalhadores e encomendou os materiais mais
caros da época. Seis anos depois o resultado foi
a construção daquela que seria considerada a
maior catedral do mundo por quase mil anos: a
Catedral de Santa Sofia (Santa Sabedoria).
A cúpula da igreja tem 31 metros de diâmetro
e está suspensa a 54 metros de altura, um
reflexo do poder do Império Bizantino.
11.
12. Constantinopla estava entre as rotas
comerciais entre a Ásia e a Europa
mediterrânea. E com o tempo o Império
Bizantino se expandiu e passou a
englobar outros territórios espalhando,
assim, também sua arte.
Na península Itálica, por exemplo,
conquistada pelos
bizantinos, desenvolveu-se na cidade de
Ravena um estilo próprio que mescla
elementos latinos e elementos orientais.
13. A Igreja de São Vital, em Ravena, é de extrema
importância para a arte bizantina, visto que é a única
grande igreja desse período que sobreviveu intacta até
hoje. Diferente das demais, ela também se destaca por
apresentar uma planta octogonal.
Mas o maior destaque está no seu interior coberto por
mosaicos e pinturas bizantinas.
14. Outra importante igreja
bizantina é a Basílica de
São Marcos, em Veneza,
Itália.
Ela recebe esse nome pois
foi consagrada em 1094,
no mesmo ano em que o
corpo de São Marcos foi
supostamente reencontrado
num pilar pelo DogeVitale
Falier. A cripta passou
então a abrigar as relíquias
até 1811.
15. O seu interior é repleto de
mosaicos que apresentam
cenas de passagens da
Bíblia, principalmente o
livro de Gêneses.
16.
Mosaicos
E por falar em mosaicos, vamos conhecer essa que foi considerada a expressão máxima da
arte bizantina.
17.
Visto que a pintura era considerada uma técnica muito simples, o mosaico foi a técnica preferida para
ornar as paredes das igrejas e palácios. Essa técnica, muito usada pelos romanos, consistia em juntar
pequenos pedaços de cerâmica formando uma “pintura”.
18. Nas composições
predominava a disposição
simétrica e o revestimento
com filetes de ouro que
produziam um efeito
luminoso.
19. A temática preferida era a
Representação de cenas
de passagens da Bíblia.
Mosaicos numa das lunetas externas da Basílica de São Marcos
retratam a chegada do seu corpo.
20. A junção das tradições clássicas
romanas com tradições orientais
deu lugar a um estilo e a uma
estética em que o
convencionalismo e o
simbolismo prevalecem sobre a
liberdade criativa e o
naturalismo.
Basílica de São Marcos: um dos mosaicos na fachada da basílica.
21. Nessas “pinturas” as
composições são
hierarquizadas e frontais
e as cores são planas,
vivas e brilhantes.
22.
A cúpula da igreja era reservada para a representação do Cristo Pastor, o pantocrator. Muitos
desses ícones religiosos foram objetos perseguidos pelos iconoclastas que proibiam a veneração de
imagens.
24. A pintura (propriamente dita) só vai
aparecer no final do Império Bizantino, um
pouco antes da invasão turca. O Império já
estava enfraquecido e sem condições de
patrocinar murais em mosaico. Trata-se,
portanto, de uma pintura simples, mural,
porém muito simbólica.
A força dramática das expressões humanas
é o que mais chama a atenção e é,
justamente, o que vai influenciar o
próximo estilo artístico medieval, a arte
gótica.
Anastasis, afresco, Kariye Camii, Igreja do Salvador, Istambul.