2. Contexto
Nas últimas décadas do final do século
XIX e ás vésperas da Primeira Guerra
Mundial (1914) a Europa vivia as
consequências da Revolução
Industrial: crescimento populacional e
ascensão da Burguesia.
Esses período também é conhecido
como Belle Époque (Bela Época) por
causa de todo esse desenvolvimento
material, intelectual, artístico e
científico.
Havia a necessidade de uma expressão
artística que representasse esse novo
estilo de vida moderno, uma Arte
Nova!
Daí o nome, Art Nouveau!
Rua Parisiense, Dia Chuvoso, Gustave Calleibotte,
1877
Boulevard des capucines, Jean Béraud , 1889
3. Além das pinturas
impressionistas, encontramos
também fotografias desse
período que mostram como era
a vida naquela época e todo o
desenvolvimento tecnológico
advindo da Revolução
Industrial.
4. A necessidade da arte
Os artistas ligados à Arte
Nova defendiam que a
arte esta presente em
todos os aspectos da
vida cotidiana e, por
isso, não deveria haver
diferenciação entre a
construção e a
decoração de um
edifício. Dessa forma o
trabalho do artesão,
como um vaso ou uma
mesa, passa a ser tão
importante quanto o
trabalho do arquiteto.
5. Por exemplo, se observarmos os prédios dessa época vemos que a
preocupação com a funcionalidade da construção era maior do que
com a questão estética, a beleza do edifício.
6. Mas por que um edifício não poderia ser funcional e bonito ao mesmo
tempo? Compare as duas imagens? Qual é mais funcional e qual é
mais bonito?
Edifício
Lavirotte
, Hector
Guimard
1900.
7. Materiais
Nessa nova arte
novos materiais
passaram a ser
utilizados como o
aço, o vidro e
revestimento em
cerâmica
produzidos em
larga escala. Esses
materiais assumiam
função estética e
funcional, princípio
do design como
conhecemos hoje.
Abajour de
vidro fundido,
Louis Tiffany
Vaso de
vidro, Emile
Galle
8. Temática
Em geral os artistas
prezam pela assimetria
nas suas composições
e o emprego de formas
sinuosas e inspiração
vegetal. Por isso o
estilo aborda muito a
temática voltada para a
natureza,
principalmente.
Porta de entrada do Castel Béranger,
Hector Guimard, Paris, 1894-98
9. Origens
O estilo tem origens diversas. Três delas se
destacam:
1. Movimento inglês Arts & Crafts
2. Movimento do Simbolismo
3. Arte Japonesa
Vamos analisar cada uma delas:
10. 1. Movimento inglês Arts & Crafts
O Movimento inglês Arts &
Crafts (ou Movimento de
Artes e Ofícios) se
baseou nos ideais de
John Ruskin e William
Morris que defendiam a a
valorização do trabalho
manual sem distinção
entre artista e artesão.
Seus motivos naturalistas,
como este ao lado, são
inspirados na estética
medieval, em passagens
bíblicas e mitologias greco-
romanas.Papel de parede Trellis (treliça),
desenhado por William Morris em 1862
para a William Morris & Co.
11. 2. Movimento do Simbolismo
O movimento do Simbolismo surgiu na década de 1880 como resposta ao
materialismo e às mudanças tecnológicas do século XIX. Na pintura
retomam os princípios estéticos do Romantismo que defendia uma arte
imaginativa, subjetiva, intuitiva e cheia de simbologia.
O norueguês
Edvard Munch
expressa toda
sua subjetividade
em O Grito (1983)
que mais tarde
vai influenciar
outros
movimentos
artísticos.
Já o austríaco
Gustav Klimt
demonstra o
romantismo em O
Beijo (1907) por
meio de
intuitivismo e
simbolismo.
12. 3. Arte Japonesa (ou
Japonismo)
Após a abertura do comércio entre o Ocidente e o Oriente, mais
especificamente o Japão, a partir de 1854, novos objetos exóticos,
diferentes, despertam a curiosidade nos Europeus pela arte japonesa.
As gravuras japonesas influenciam a produção das artes gráficas com
cartazes que divulgavam os eventos da época.
A Grande Onda de
Kanagawa (1829) é a obra
mais famosa de Hokusai ,
mestre japonês da arte ukiyo-
e (xilogravura). Esse tipo de
gravura vinda do Ocidente se
tornou objeto de
colecionadores europeus e
mais tarde influenciou artistas
Impressionistas.
13. Arte dos cartazes na França
Jules Cheret foi um dos
primeiro a fazer cartazes
publicitários que divulgavam
as Chérretes francesas,
como na litogravura Theatre
de L'Opera, de 1896.
Ao mesmo, Alfons Mucha,
ilustrador tcheco, ficou
famoso em Paris pelas
propagandas publicitárias,
como esse anúncio de
biscoitos Lefèvre-Utile, 1896.
O francês Henri de Toulouse-
Lautrec também registrava o
cotidiano boêmio da Belle Époque
de Paris em cartazes como esse
que mostra o cantor de cabaré
Aristide Bruant.: Embaixadores:
Aristide Bruant no seu cabaré,
1892
14. Outros nomes para a Arte Nova
O nome Art Nouveau começou a ser usado
nos países de língua francesa. Mas em outros
países recebeu outros nomes, como:
Na Inglaterra: Modern Style
Na Espanha: Modernisme
Na Áustria: Secessionismo
Na Alemanha: Jungendstil
Na Itália: Stile Floreale ou Liberty
15. Inglaterra
A arte dos cartazes influenciou o trabalho do ilustrador inglês
Aubrey Beardsley que valorizava as linhas curvas e delicadas
nas figuras femininas por meio do contraste entre branco e
preto.
A saia do
pavão, 1893
A dança do
ventre, 1893
16. Bélgica
Na Bélgica um dos primeiros a utilizar o aço em suas construções como um
elemento decorativo, e não apenas estrutural, foi o arquiteto Victor Horta.
O Hotel Tassel, construído entre 1892 e 1893 na Bélgica, é uma de suas
principais obras:
17. França –Paris
Para comemorar o Centenário da Revolução Francesa em 1889 o governo francês
organizou a Primeira Exposição Universal e promoveu um concurso para a
construção de um monumento tão importante quanto o evento. O vencedor foi o
engenheiro Gustave Eiffel e projetou a Torre Eiffel. Mas o principal divulgador do
estilo foi o arquiteto Hector Guimard que enfeitava as entradas do metrô de Paris
com flores, transparência e cores alegres.
Porte
Dauphine,
Hector
Guimard,
1900
Torre Eiffel ,
Gustave
Eiffel, 1889-
1900
Possui 324
metros (=81
andares)
18. Já na segunda edição do evento,
em 1900, Henri Deglane
projetou o Grand Palais
(Grande Palácio, Paris, 1900).
O pavilhão tem a estrutura toda
em aço e o revestimento em
vidro.
19. França –Nancy
Através das Exposições Universais de Paris de 1889 e 1900 o estilo começou a
ganhar visibilidade e em 1901, liderada por Émile Galle, surgiu a A Escola de
Nancy. Ali se reuniam artífices e artistas cuja produção era feita com vidro,
cerâmica, ferro forjado, mobiliário, escultura e joalheria. No mesmo período
Henri Sauvage é contratado para o projeto da Villa Majorelle que teve ajuda de
designer da Escola de Nancy.
Vaso Coupe Rose de
France, de Emile Galle,
1901
Lareira da Villa Majorelle
projetada pelo ceramista
Alexandre Bigot
Villa Majorelle, Henri Sauvage
20. Espanha
Em Barcelona, um artista cujo trabalho se identificaram com o estilo foi o
catalão Antoni Gaudí. Isso porque ele gostava de utilizar técnicas
tradicionais de artesanato em suas construções. É o caso do Templo
Expiatório Sagrada Família que apresenta muitas formas orgânicas. Já no
Parque Güell ele utilizou as técnicas do trecandís.
A construção
de Sagrada
Família
começou em
1882 e esta
previsto para
terminar em
2026! Parque Güell
21. Estados Unidos
O principal representante foi o designer Louis Tiffany. Após
estudar 4 anos em Paris ele começou a misturar o vidro
em suas joias e objetos com elementos naturais como
libélulas, borboletas, flores e folhas.
Abajour e broche
22. Brasil
O estilo da Arte-Nova é pouco representativo no Brasil. O mais frequente é que
elementos Art-Nouveau sejam incorporados em construções tardias do
Ecletismo Historicista. Mas é possível apontar alguns exemplares nas
principais cidades do país, como:
Vila Penteado, Karl Ekman (1902) Viaduto Santa Ifigênia, Giulio Micheli , 1910