1) O documento discute a arte acadêmica e as influências do Romantismo e Realismo na arte brasileira após a independência.
2) Artistas brasileiros da época, como Victor Meirelles e Pedro Américo, foram influenciados por esses movimentos europeus e passaram a retratar temas nacionais e históricos de forma mais emotiva e subjetiva.
3) No final do século XIX, com a proclamação da República, alguns artistas como Almeida Júnior começaram a abordar temas sociais de forma
2. Contexto histórico
Depois da Independência (1822) os
acontecimentos pela consolidação do
Brasil como nação autônoma levam à
abolição da escravatura (1888) e à
proclamação da República (1889).
Toda essa turbulência política reflete-se
no ânimo dos artistas, que procuram,
mesmo influenciados ainda pela
Europa, uma linguagem nacional.
3. Arte Acadêmica no Brasil
(ou Academicismo)
Introduzida pela Missão
Artística Francesa com a
inauguração da Academia
Imperial de Belas Artes
(AIBA) no Rio de Janeiro
(1826), a arte acadêmica no
Brasil logo começou a
declinar.
Mesmo assim a arte
produzida a partir de então
ainda reflete a importância
dessa formação acadêmica
na arte dos novos artistas
brasileiros que lá se
AIBA
4. Influência europeia
Logo esses artistas começaram a se
influenciar também pelos movimentos
que estavam acontecendo na Europa:
o Romantismo e depois o Realismo.
Mas aqui no Brasil não há uma divisão
exata entre os dois estilo.
Nota-se influência de ambos os
movimentos praticamente na mesma
época em várias obras produzidas por
aqui nesse período:
7. Características
Assim como ocorreu na Europa, houve uma
forte reação às regras e modelos clássicos
greco-romanos.
Havia a necessidade de expressão de
emoção, de paixão na arte. O equilíbrio e a
simplicidade deixam de ser o objetivo do
artista. Ele quer demonstrar outros
interesses, quer buscar as raízes da
nacionalidade, que enaltecer a natureza
tropical, quer voltar ao passado histórico,
quer abandonar os mitos gregos e
aprofundar sua própria religiosidade, quer
viver o amor intensamente.
8. Temática
Aqui no Brasil a nação recém-formada
começava a criar sua identidade e, devido à
diversidade de povos e regiões, era
necessário construir um sentimento de
pertencimento.
Dessa forma artistas que haviam estudado na
AIBA começam a introduzir o indianismo
(idealização do índio), o nacionalismo nas
cenas épicas e o subjetivismo na paisagem,
a pintura histórica atinge seu auge.
As cores ganham ainda mais vivacidade, as
formas ganham mais expressão e as linhas
dão maior dinamismo às cenas.
9. A tela Moema (1866) inspira-se no canto VI do poema épico Caramuru (1781), de frei
José de Santa Rita Durão (1722 - 1784), que, como outros textos literários do
período, trata do tema indianista ligado ao imaginário nacional. O poema narra a
desventura da índia que, abandonada pelo português Caramuru, se atira ao mar e
segue o navio no qual ele está partindo. No quadro, o corpo nu, banhado pelas
ondas na praia, é exposto em primeiro plano, o rosto revela uma beleza exótica. O
pintor cria uma imagem sensual e que, ao mesmo tempo, causa estranheza. Revela
EXEMPLO DE
INDIANISMO
10. VICTORMEIRELLES
(1832-1903)
Nasce em Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, e vai
para o Rio de Janeiro em 1847, onde estuda na Academia
Imperial de Belas Artes - Aiba. Em 1852, obtém o prêmio de
viagem ao exterior da Aiba. Em Roma, é orientado pelos artistas
Tommaso Minardi (1787 - 1871) e Nicola Consoni (1814 - 1884) e
entra em contato com a pintura "purista", na qual o desenho é
mais tênue e delicado que o da tradição neoclássica e as cores
são suavizadas. Estuda as obras dos mestres italianos, em
especial os artistas da Escola Veneziana, como Ticiano (ca.1488
- 1576) e Paolo Veronese (1528 - 1588), por quem manifesta
especial interesse. Consegue renovação do pensionato e estuda
em Paris, a partir de 1857, com o artista Léon Cogniet (1794 -
1880) e posteriormente com Andrea Gastaldi (1826 - 1889).
Durante o tempo em que reside no exterior, mantém intensa
correspondência com Porto Alegre (1806 - 1879), pintor e
escritor, diretor da Aiba entre 1854 e 1857. Após mais de oito
anos de ausência, retorna ao Brasil em 1861. No ano seguinte é
nomeado professor de pintura histórica e de paisagem na Aiba,
cargo que exerce até 1890.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.
São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8725/victor-
meirelles>. Acesso em: 23 de Mai. 2018. Verbete da
Enciclopédia.
11. A primeira missa no Brasil, 1860. O quadro retrata a primeira missa da
maneira como é descrita na carta de Pero Vaz de Caminha (ca.1451 - 1500). O
documento, publicado somente em 1817, assume papel primordial na história
do Brasil.
12. ROMANTISMO NA EUROPA ROMANTISMO NO BRASIL
A Balsa da Medusa, Gericault A Primeira missa, Meirelles
Identifique as similaridades entre o Romantismo na Europa e aqui
no Brasil
13. PEDROAMÉRICO
(1843-1905)
músicos. Desenha desde muito novo e em 1853, antes de
completar 10 anos, é convidado a integrar a expedição do
naturalista Jean Brunnet, como desenhista assistente, e viaja
por parte do Nordeste brasileiro. O trabalho lhe vale uma
recomendação de estudo no Colégio Dom Pedro II, no Rio de
Janeiro, para onde se muda em 1854. Um ano depois matricula-
se na Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, onde estuda três
anos e progride rapidamente. O pintor e então diretor da
Aiba, Porto Alegre (1806 - 1879) chega a apelidá-lo de "o papa-
medalhas". Seu sucesso é notado até pelo imperador dom
Pedro II (1825 - 1891), que se encarrega pessoalmente de sua
transferência para Paris e se responsabiliza pelos custos.
PEDRO Américo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e
Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível
em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21332/pedro-
americo>. Acesso em: 23 de Mai. 2018. Verbete da
Enciclopédia.
14. Em Tiradentes
Esquartejado (1893), o
artista resgata a figura de
Tiradentes como herói
dos ideais republicanos,
comparando o
protagonista com Jesus
Cristo. Os elementos da
cena são representados
em uma sobreposição de
triângulos que destacam
os fatos relevantes da
obra.
15. Já em Independência ou Morte, mais conhecido como O
Grito do Ipiranga (1888) Pedro Américo idealiza (ou “romantiza”)
um importante acontecimento para a história recente do Brasil.
16. ROMANTISMO NA EUROPA ROMANTISMO NO BRASIL
A liberdade guiando o povo,
Delacroix
O grito do Ipiranga, Américo
Identifique as similaridades entre o Romantismo na Europa e aqui
no Brasil
17. RODOLFOAMOEDO
(1857-1941)
1903) e Antônio de Souza Lobo (1840 - 1909), em 1873. No
ano seguinte, matricula-se na Academia Imperial de Belas
Artes - Aiba e tem aulas com Agostinho da Motta (1824 - 1878),
Victor Meirelles, Zeferino da Costa (1840 - 1915) e Chaves
Pinheiro (1822 - 1884). Viaja para Paris em 1879, como
pensionista da Aiba, e estuda na Académie Julian e na Ecole
National Supérieure des Beaux Arts [Escola Nacional Superior
de Belas Artes] de Paris, com os mestres Alexandre Cabanel
(1823 - 1889) e Pierre Puvis de Chavannes (1824 - 1898).
Retorna ao Brasil em 1887 e realiza sua primeira exposição
individual no Rio de Janeiro, em 1888. Nesse ano é nomeado
professor honorário de pintura histórica na Aiba. Realiza
trabalhos de decoração no Palácio Itamaraty, na Biblioteca
Nacional, no Supremo Tribunal Federal e no Supremo Tribunal
Militar, no Rio de Janeiro; no Museu do Ipiranga - atualmente
Museu Paulista da Universidade de São Paulo - MP/USP, em
São Paulo; e no Teatro José de Alencar, em Fortaleza.
RODOLFO Amoedo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e
Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível
em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21342/rodolfo-
amoedo>. Acesso em: 23 de Mai. 2018. Verbete da
Enciclopédia.
18. Na obra O último tamoio (1883), uma referência ao fim da Confederação dos Tamoios no
século XVI, podemos notar o forte apelo religioso, espiritual e histórico. A cena é diagonalizada
pela distribuição da luz que divide a imagem em dois momentos distintos: a presença do padre,
que abençoa o índio, e das aves, que simbolizam a espiritualidade.
20. Temática
Com a crise do Império e depois a
proclamação da República (1889)
alguns artistas começam a abordar as
questões históricas de maneira mais
natural, menos idealizada, se
aproximando, assim, do Realismo e
se afastando um pouco do
Romantismo.
Agora os tipos sociais começam a fazer
parte da temática das pinturas desse
período.
21. ALMEIDAJÚNIOR
(1850-1899)
São Paulo, 1899). Pintor. Ingressa na Academia Imperial de Belas
Artes (Aiba) em 1869, onde tem aulas de desenho com Victor
Meirelles; Conclui estudos em 1874, mas não concorre ao prêmio
de viagem e retorna a Itu. Abre ateliê em 1875 e atua como
retratista e professor de desenho.
Em visita ao interior de São Paulo, o imperador Dom Pedro
II impressiona-se com seu trabalho e concede-lhe uma bolsa de
estudos para a Europa. Vive em Paris entre 1876 e 1882 e estuda
na École National Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional
Superior de Belas Artes], sendo aluno de Alexandre Cabanel (1823
- 1889). Durante sua estada na capital francesa, participa de
quatro edições do Salon Officiel des Artistes Français. Regressa
ao Brasil em 1882 e expõe na Aiba as obras produzidas em Paris.
Em 1883, instala ateliê em São Paulo.
Em 1886, Victor Meirelles o convida para ocupar sua vaga na Aiba
como professor de pintura histórica, mas o artista prefere
permanecer em São Paulo. Uma parcela da crítica de arte
brasileira o vê como o "pintor do nacional", pois, em suas telas
figuram os costumes, as cores e a luminosidade regional,
contrários à tradição eurocêntrica vigente na pintura acadêmica.
ALMEIDA Júnior. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e
Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa18736/almeida-
junior>. Acesso em: 23 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia.
22. Em Caipira picando fumo
(1893) o artista retrata um tipo
comum do interior do Brasil. Seus
hábitos, costumes e brejerices
estão explícitos na imagem que,
com cores naturais e opacas,
linhas predominantemente retas e
profundidade real, resume o tipo
de vida do protagonista do interior.
25. REALISMO NA EUROPA REALISMO NO BRASIL
Os britadores de pedra, Corbet Amolação interrompida, Almeida
Identifique as similaridades entre o Realismo na Europa e aqui no
Brasil
26. FALANDODEARTE.COM.BR
Estudo Dirigido de Artes: Ensino Médio:
volume único/ Borges e Ribeiro. Brasília,
DF:Editora do Centro, 2011.
Explicando a Arte Brasileira/ Lucília Garcez
e Jô Oliveira – Rio de Janeiro: Ediouro,
2006